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Diminuir o desflorestamento pode combater a mudança climática, reduzir a pobreza e e conflitos




Diminuir o desflorestamento pode combater mudanças climáticas, reduzir a pobreza e conflitos

Diminuir o desflorestamento pode combater a mudança climática, reduzir a pobreza e e conflitos

mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
24 de Dezembro, 2008





A conservação da floresta pode ter um papel crítico nos esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e no alívio da pobreza, disse um grupo proeminente de políticos, especialistas em desenvolvimento e Ongs ambientais em reunião em Nova York para discutir políticcas climáticas americanas.



Organizada pelo Avoided Deforestation Partners, um grupo político internacional, a reunião procurou estabelecer uma estratégia para esclarecer o impacto global do desflorestamento e tentar a inclusão de florestas tropicais nas políticas climáticas domésticas. Entre os presentes estavam líderes do WWF, o Nature Conservancy, Conservação Internacional, World Vision, Oxfam, Mercy Corps, Care International, e a Union of Concerned Scientists; o ex Vice-Presidente Al Gore; Wangari Maathai, um ativista ganhador do prêmio Nobel do Quênia; Bharrat Jagdeo, presidente do país sul americano Guiana; e executivos de várias empresas financeiras e de comércio de carbono. O evento foi recepcionado pelo jornalista veterano, Dan Rather.



A reunião começou com as observações de Jeffrey Horowitz, sócio fundador do Avoided Deforestation Partners. Horowitz disse que reduzir as emissões advindas do desflorestamento oferecia uma variedade de benefícios além de abrandar o aquecimento global, incluindo a ajuda á perda das espécies, oferecendo novas oportunidades para o desenvolvimento sustentável, e reduzir conflitos nas partes mais pobres do mundo.




As taxas do desflorestamento tropical de 2000-2005, em ordem descendente pela maior quantidade de perda florestal média anual para 25 países baseados em informações da Organização de Agricutura e Alimentos das Nações Unidas (FAO). Imagem por Rhett A. Butler, clique para ampliar.

"Uma década atrás, 'salvar a floresta úmida' era algo que muitos sabiam que deveríamos fazer. Agora que temos evidências inegáveis da conexão entre florestas, clima e conflito, está claro que é algo que devemos fazer. Por outro lado, enfretamos riscos inaceitáveis de segurança da catastrófica mudança de clima, perigosos conflitos regionais e grandes desastres humanitários."



Após Horowitz falar foi a vez de Kevin Knobloch, Presidente da Union of Concerned Scientists; Carter Roberts, Presidente e Diretor Executivo da World Wildlife Fund – U.S. (WWF); e Helene Gayle, Presidente e Diretora Executiva da CARE. Os oradores esclareceram o papel que as florestas têm na regulação do clima e em sustentar as comunidades rurais e concordaram que os EUA devem liderar esforços para incluir as florestas em futuras políticas climáticas.



"O desflorestamento afeta desproporcionalmente algumas das comunidades mais pobres do mundo. O desmatamento da floresta tropical rouba das pessoas vulneráveis sua qualidade de vida e sua identidade, criando plantações móveis que são inclinadas á fome, doenças e conflitos," disse Gayle. "É crucial que os EUA tomem o papel de liderança na luta contra esse ciclo de destruição e pobreza."



"Atender ao desafio climático requer reduções rápidas e profundas em emissões tanto do desflorestamento quanto de queima de combustivel fossil," acrescentou Knobloch. "Países em desenvolvimento estão procurando preservar suas florestas, e os EUA tem uma oportunidade única e responsabilidade de ajudá-los nessa empreitada. O Congresso Americano age rapidamente para aprovar políticas climáticas que atendam as reduções de todas as maiores fontes de emissões."



Roberts surpreendeu muitos da platéia quando disse que WWF não iria mais se opôr ao incluir a conservação das florestas nos acordos climáticos internacionais. A organização tem previamente bloqueado as iniciativas de desflorestamento, argumentando que as políticas climáticas deveriam se focar nas reduções das emissões industriais por países desenvolvidos.



"Em Kyoto, a WWF mantinha uma posição firme em manter as florestas fora. Nós mudamos nossa posição," disse ele. “Não há mágica para resolver a crise climática. Precisamos de um esforço mais amplo que atinja todas as fontes emissoras de gases de efeito estufa. O desflorestamento tropical, que é responsável por quase um quinto das emissões globais, obviamente deve ser parte integral de uma estratégia de luta contra a mudança climática."



Os ganhadores do Premio Nobel da Paz discutem o desflorestamento



Os palestrantes foram seguidos por uma discussão que durou 80 minutos entre os laureados do Premio Nobel da Paz Al Gore e Wangari Maathai, fundador do Movimento Cinturão Verde. Ambos urgem que os EUA vejam as florestas como parte da solução para a qual Gore chama de "crise climática".



"Uma das coisas mais eficientes que podemos fazer para identificar a crise climática é proteger as florestas tropicais do mundo'” disse Gore, acrescentendo que evitar o desflorestamento deveria ser parte de um portfolio de mecanismos — incluindo energia renovável e eficiência energética — para reduzir as emissoes de gases de efeito estufa.



Visão Geral: Desflorestamento Evitado



O Desflorestamento Evitado é baseado na premissa de que as florestas tropicais sequestram grandes quantidades de dióxido de carbono, um importante gas causador de efeito estufa. Quando as florestas são cortadas e queimadas, o estoque de carbono é liberado para a atmosfera. Dadas as taxas de desflorestamento que estão por volta dos 13 milhões de hectares por ano de acordo com as Nações Unidas, o desmatamento das florestas é uma fonte substancial de emissões: cerca de um quinto das emissoes antropogênicas de gases de efeito estufa, ou mais do que todo o setor de transportes.



Sob uma proposta avançada pela Coalização das Nações de Florestas Úmidas, um grupo de 30 países tropicais, os países subdesenvolvidos seriam compensados por proteger suas florestas. Especialistas dizem que o conceito poderia eventualmente impulsionar o fluxo de milhoes de dólares para os países tropicais para iniciativas de conservação da floresta e alívio da pobreza. Ainda enquanto a idéia encontrou grande apoio de políticos, cientistas e ambientalistas, há preocupações atrasadas sobre como compensar países que tem cobertura florestais extensivas e baixas taxas de perda florestal anual, já que os pagamentos são feitos em bases históricas de taxas de desflorestamento, bem como o que fazer para assegurar que comunidades locais — que podem perder titulo anterior da terra — veja beneficios.



A reunião levou em conta essas preocupações mais enfatizou que feitas apropriadamente, o desflorestamento evitado poderia custear eficientemente a entrega de beneficios multiplos beneficios á humanidade.

Maathai enfatizou os ganhos sociais advindos da preservação das florestas e da expansão de cobertura de árvores.



"As florestas tropicais remanescentes do mundo devem ser protegidas, porque sem elas, não apenas o clima global ficará desestabilizado mas o mundo inteiro sofrerá," disse o ganhador do premio Nobel da Paz de 2004. "Este é particularmente verdadeiro para muitos do Sul do globo, onde proteger as florestas não se trata apenas de conservação mas também sobre desenvolvimento da economia. As florestas são fonte de meio de sobrevivencia, água e energia e na maioria dos lugares elas hospedam grande diversidade biológica que atrai turistas. A destruição das florestas em muitos lugares tem comprometido setores-chaves da economia."



A discussão de Gore e Maathai'foi moderada por Dan Rather, há muito tempo âncora da CBS Evening News e agora um transmissor com a HD Net News.



Politícos apresentam um caso para conservação das florestas



Também falando estava Bharrat Jagdeo, Presidente da Guiana, um paíse Sul-Americano que tem uma das mais altas proporções de cobertura floredstal do mundo. Jagdeo realçou que ano passado quando ele ofereceu toda cobertura florestal de seu país como gigante compensação de emissões para gases de efeito estufa em troca de "ajuda de desenvolvimento" e "assistência técnica necessária para fazer a mudança para uma economia verde."



Durante o almoço, Jagdeo disse que a Guiana precisaria gastar bilhoes em medidas para adaptar ao aumento do nivel do mar que ameaça inundar partes populadas do país. Ele estimou que fortificando a barreira maritma e sistema de arrecadação que atualmente protegem a Guiana de enchentes, custaria $2.5 bilhões — uma soma substancial de dinheiro para um pais que é um dos mais pobres do hemisferio Oeste.



O evento foi concluido com animadas recapitulações por Stuart Eizenstat, ex-embaixor dos EUA, que disse que o envolvimento de ambos grupos ambientais e Ongs de desenvolvimento refletem a importancia da conservação da floresta em abrandar a mudança climática.



"Este é o começo de uma conversação significante entre grupos mais pobres do mundo e grupos ambientais," disse Eizenstat. "O fato de que duas comunidades que nem sempre tem se visto, cara a cara estão se juntando nessa questao que prova quão crucial são as florestas tropicais para a estabilidade global e prosperidade. Estará a cargo do próximo Presidente e Congresso dos EUA tornar esses grupos' para agir e reduzir o desflorestamento de florestas tropicais, elemento central da política climática dos EUA. Os EUA devem também se juntar ás nações de florestas tropicais para incorporar esse papel que o desflorestamento evitado pode ter no combate da mudança climática e pobreza."



Além dos legisladores, grupos humanitários e de desenvolvimento, e Ongs ambientais, a reunião também incluiu um número de participantes do setor privado, incluindo executivos de empresas de gerenciamento de investimento e grandes bancos, firmas de advocacia, companhias de energia, e equipamemtos de troca de carbono e serviços do ecossistemas. McKinsey & Company hospedou um forum de discussao seguindo o almoço.










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