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A demanda por biocombustiveis e alimentos pode acabar com as florestas tropicais

A demanda por Biocombustiveis e alimentos pode acabar com as florestas tropicais

A demanda por biocombustiveis e alimentos pode acabar com as florestas tropicais
pt.mongabay.com

Traduzido por Marcela V.M. Mendes
6 de Agosto, 2008





A crescente demanda por combustivel, alimento e produtos de madeira terá um grande pedágio sobre as florestas tropicais, adverte um novo relatório divulgado pela Rights and Resources Initiative (RRI).



O estudo, entitulado Observando Pessoas Através das Árvores, estima que 515 milhões de hectares de terra serão necessários até 2030 para atender a demanda global crescente por alimentos, bioenergia e produtos de madeira. Alguns 315 milhões de hectares desta expansão ocorre as custas das florestas tropicais, especialmente no Sudeste da Ásia e a Amazonia.



“Discutivelmente, estamos na ponta da última grande mordida global sobre as terras,” disse Andy White, Coordenador da RRI e co-autor do relatório. “A menos que algo seja feito, proprietários tradicionais da floresta, e as próprias florestas, serão os grandes derrotados. Significará mais desflorestamento, mais conflito, mais emissoes de carbono, mais mudança climática e menos propriedade para todos.”



O relatório diz que os biocombustiveis serão um importante condutor da conversão florestal para agricultura. No Brasil a área da terra sob cultivo de soja e cana de açucar é esperada crescer de 28 milhoes hectares (ha) hoje para 88-128 milhoes de ha até 2020. A palmeira de óleo da Indonesia é esperada crescer de 6.5 milhões de ha hoje para 16.5 a 26 milhões de ha até 2025. Na China, o cultivo de biocombustivel sozinho é esperado requerer um adicional de 13.3 milhoes de ha de terra até 2020.



Plantação de óleo de palma e floresta de onde fora extraída madeira em Borneo.

Um segundo relatório da RRI, “Da exclusão à Propriedade? Desafios e oportunidades em Avançar sobre a Reforma da Possse da Floresta”, adverte que a transicão pode ser violenta, já que os direitos de terras rurais ainda estão mal definidos em muitos países subdesenvolvidos. Apenas 27 por cento das florestas de países subdesenvolvidos são ou de propriedade de comunidades ou áreas florestais públicas designadas ao uso das comunidades. Apenas doze das 30 principais nações florestais colocam em prática políticas que fortalecem os direitos das comunidades.



“Os governos retém um firme acordo sobre a maioria das florestas,” afirma o relatório. “Reivindicações das industrias sob as terras florestais estão aumentando acentuadamente, para a produção de biocombustíveis, entre outras razões.”



O relatório adverte que o mecanismo proposto de Reduções de Emissões para o Desflorestamento e Degradação (REDD) para compensação das emissões de carbono poderia exacerbar o conflito sobre os direitos da terra em regiões onde o proprietário da terra não é definido.





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