Produtor de carne na Amazônia cria produto de carne eco-certificado com ajuda de cientistas
Produtor de carne da Amazonia cria produto de carne eco-certificado com ajuda de cientistas
pt.mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
2 de Julho, 2008
Independencia Alimentos SA, quinto maior produtor de carne do Brasil, criará uma marca de produto de carne “eco-certificado”, da região Amazônica do Xingu.
A certificação será baseada no critério estabelecido pela Aliança da Terra, uma Ong brasileira que procura melhorar a perfomance do meio ambiente de fazendeiros e produtores de carne na maior floresta úmida do mundo. O novo produto de carne incluirá uma “taxa de serviço de ecossistema” por quilo — calculado com a ajuda de cientistas do Centro de Pesquisas Woods Hole — para facilitar uma recompensa financeira para a supervisão ambiental do produtor.
“Essa marca distinguirá boas supervisões de terra daquelas que estão simplesmente demolindo a floresta Amazônica sem consideração ao impacto ambiental,” disse John Cain Carter, fundador e presidente da Aliança da Terra. “Independencia está ativamente divulgando a idéia na Europa e, se bem sucedido, será um produto de marca para a Amazonia.”
Carter argumenta que o único caminho de diminuir o desflorestamento na Amazônia — cada vez mais relacionado aos preços do gado e dos grãos — é oferecer aos produtores incentivos financeiros para performance ambiental. Em uma região onde as leis são irregularmente reforçadas, intitulação arcaica da terra e corrupção rampante, a Aliança da Terra é pioneira na maneira de reconhecer proprietário de terra que segue os regulamentos ambientais, incluindo deixar pelo menos metade de sua terra florestada, protegendo zonas ribeirinhas, reduzindo a erosão restrigindo animais dos rios, e eliminando o uso de fogo.
“Nós queremos reconhecimento de mercado para empurrar essa carga de conservação,” Carter disse mongabay.com. “Onde mais no mundo você tem os latifundiários tendo que manter 50 por cento de suas terras florestadas? Nenhum. Como é agora não há nada para manter a floresta de pé porque a lei não o impede a tempo e você pode sempre subornar alguém no caminho se você for pego.”
“Estamos tentando tornar essa lei de reserva florestal de negativa para positiva,” ele explicou. “As pessoas pensam que os fazendeiros na Amazônia são bandidos então estamos tentando mostrar que há boas pessoas tentando fazer diferença e reduzir seus impactos… Estamos virando o sistema de ponta cabeça, adicionando transparência e credibilidade para torná-lo em exemplo para o mundo de boa supervisão de terra. Produtores serão recompensados através da aceitação do mercado para tomar passos extras para fazer a coisa certa. Eles serão capazes de levar seus produtos ao McDonalds, Burger King, e outras empresas preocupadas com suas reputações. Todas as grandes multinacionais querem credibilidade nos dias de hoje no que diz respeito ao meio ambiente e sustentabilidade.”
“Oferecemos confiança aos consumidores instilada pela participação de impecáveis organizações,” ele continuou. “Temos alguns dos mais conceituados naturalistas e cientistas ambientais na Amazônia envolvidos com isso.”
O desmatamento para pastagem de gado é o maior condutor do desflorestamento na Amazônia, sendo responsável por mais de dois-terços do desmatamento anual da floresta em alguns anos. Tradicionalmente tel terra tem sido usada para pastagens de baixa intensidade, primariamente como um veículo para especulação de preços de terras, mas isso está mudando. O recente influxo de capital, combinado com a erradicação de doenças e da infraestrutura melhorada, tem levado à emergencia de operações intensivas com seis a oito vezes o numero de gado por hectare.