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10% de adicional por dendê sustentável?

10% de adicional por dendê sustentável?
pt.mongabay.com
Traduzido por Sean Santana
31 de Julho, 2008





Os consumidores pagarão um adicional por um produto que é menos agressivo ao meio-ambiente? A indústria de dendê tenta descobrir se os consumidores serão capazes de investir naquilo em que acreditam ou não.



O primeiro carregamento certificado de azeite de dendê ecologicamente correto chegará à Alemanha durante a segunda metade de 2008 de acordo com o chefe da OVID, um grupo alemão de indústrias de óleo comestível.



Como divulgado pela Reuters, o presidente da OVID Wilhelm Thywissen disse à imprensa em uma coletiva que o azeite de dendê certificado pela iniciativa do Round Table for Sustainable Palm Oil (RSPO) deve ser 10% mais caro do que o azeite de dendê não certificado.



Os produtores têm estado sob a pressão de ambientalistas que alegam que a produção de azeite de dendê pode ser prejudicial ao meio-ambiente quando sua semente cresce em uma área de floresta tropical recém coberta. Um estudo publicado este mês no periódico Conservation Letters mostrou que mais da metade da expansão do azeite de dendê na Malásia e na Indonésia entre 1990 e 2005 ocorreu em detrimento das florestas. Outra pesquisa mostrou que as plantações de dendê contêm mais de 80% menos biodiversidade do que áreas reflorestadas e que a produção de azeite em áreas de turfa é responsável por grandes emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.



Plantação superficial para captação de nitrogênio (para reduzir a necessidade de fertilizantes) e flores para os insetos que se alimentam de pragas (para reduzir o uso de pesticidas químicos) em uma plantação de dendê na Malásia.

A indústria respondeu às críticas salientando a alta produtividade dos dendezeiros. Com o alto rendimento das sementes de dendê no mercado, a produção de azeite de dendê requer menos terra do que outros gêneros, tais como soja, colza, milho e cana-de-açúcar. Contudo, os boicotes dos consumidores têm levado algumas indústrias a formarem o RSPO, uma iniciativa de certificação ecológica que tem ganhado apoio de diversas ONGS relevantes.



O programa exige que seus membros implementem padrões para melhorar a performance ambiental da produção de azeite de dendê. Dentre as medidas, estão inclusas a proibição de plantação em áreas ecologicamente sensíveis, a restrição do uso de fertilizantes e pesticidas, a redução da poluição, e a implementação da política “queimada zero”.



Agora com a chegada dos primeiros carregamentos de azeite de dendê certificado em breve à Europa, o verdadeiro teste começa. Os grupos ambientalistas serão capazes de convencer os consumidores a pagar mais por azeite de dendê ecologicamente correto? O fracasso pode ser devastador para a credibilidade de suas campanhas de conscientização.





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