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O reflorestamento pode ser benéfico – ou prejudicial – depende dos detalhes

Reflorestamento pode ser benéfico – ou prejudicial – depende dos detalhes

O reflorestamento pode ser benéfico – ou prejudicial – depende dos detalhes
Jeremy Hance, pt.mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
2 de Julho, 2008





Reflorestamento uma crescente mas complicada iniciativa




Conforme a taxa de desflorestamento continua a subir — 13 milhões de hectares por ano em uma base global — muitos países começaram a olhar para o reflorestamento de áreas degradadas como ajuda para a sôfrega biodiversidade, povos indígenas, e pequena economia local. No entanto a maioria do interesse e atividade acerca do reflorestamento é uma ferramenta para abrandar a mudança climática. Um novo programa recentemente lançado pela Nature Conservancy e vários sócios locais planeja plantar um bilhao de árvores na fragmentada Floresta Atlântica do Brasil. O Programa Ambiental das NAções Unidas já plantou cerca de dois bilhoes de árvores e planeja plantar outro cinco. A China plantou bilhões mais. No entanto reflorestamento efeciente não é tão fácil como simplesmente plantar árvores e esperar que elas cresçam, na verdade pode ser melhor deixar todo o processo com a natureza.



Em uma parte da ‘perspectiva’ publicada no jornal Science, Dr. Robin Chazdon argumenta que as complexidades envolvidas nas iniciativas do reflorestamento requerem análises caso-a-caso para determinar se a regereração natural ou alguma forma de reflorestamento guiado pelo homem é o melhor caminho a se proceder. Considerando o crescente interesse no reflorestamento, Chazdon acredita que é o melhor se feito eficientemente, fazendo a pergunta: “Em que posição ao longo da degradação da floresta uma’sucessão acelerada’ através do plantio de novas árvores alcançará rápida recuperação da estrutura da floresta e sua composição se comparada com uma regeneração não assisitida? Essa questão é desafiadora.” Desafiadora de fato: o Brasil atendeu a 98 projetos de reflorestamento com apenas dois sucessos.


Usando a metáfora de uma escadaria com a parte superior que a floresta intocada, Chazdon diz que dependendo do estado da floresta e seu solo, alguma regeneração da floresta pode se beneficiar da intervenção humana, mas que muitas florestas secundárias tem provado que a natureza trabalha melhor. Puerto Rico é um exemplo: “Depois de 30 a 40 anos, o abandono da regeneração natural de pasto e plantações de café produziu florestas secundárias em Puerto Rico com biomassa, densidade, e riqueza de espécies similares as florestas maduras da ilha”.



Chazdon vê as plantações comerciais como as mais problemáticas das iniciativas de reflorestamento–com a maior taxa de insucesso. Em sua escadaria, as plantações são a mais baixa forma de reabilitação da floresta. Para dar certo Chazdon acredita que as plantações devem estar separadas de “um mosaico heterogeneo da paisagem”.



Programas de reflorestamento estão crescendo a cada ano. Florestas naturais tropicais estão se expandindo em países como Cuba, Gambia, e Vietnã. As florestas também continuam a expandir na Europa e o grande interesse dos EUA no reflorestamento é baseado em estoque de carbono e abrandamento do clima, mas Chazdon adverte contra soluções rápidas: “Crescimento rápido, espécies com vida breve com baixa densidade de madeira são favorecidas por muitos projetos de reflorestamento designados para prover compensação de carbono,” escreve ela, “mas o sequestro a longo prazo de carbono é promovido pelo crescimento de espécies de árvores de vida longa e crescimento lento com madeira densa e lento retorno da madeira”.



Apesar do crescente e positivo interesse no reflorestamento, Chazdon é rápida em afirmar que as novas florestas não são solução para o desflorestamento de florestas existentes: “Plantações e florestas restauradas pode melhorar serviços do ecossistema e alcançar a conservaçãoo da biodiversidade, mas não combinará com a composição e estrutura da cobertura original da floresta”.



Chazdon diz que o reflorestamento, como as florestas, é complexo. Ela acredita que o melhor método para regenerar novas florestas deve levar em conta uma ampla variedade de fatores incluindo suporte financeiro, qualidade do solo, vegetação atual, prazo, e resultado desejado. Chazdon estima que uma combinação de reflorestamento e regeneração natural poderia permitir as florestas recuperarem 700 milhoes de hectares em cinquenta anos.



Dr. Robin Chazdon é uma das especilistas líder em reflorestamento no mundo; ela tem estudado a regeneração da floresta secundária por mais de vinte e cinco anos.



Robin L. Chazdon (2008). Além do Desflorestamento: Restaurando as Floresats e os Serviços do Ecossistema em Terras Degradadas. 13 JUNHO 2008 VOL 320 SCIENCE


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