105.000 milhas quadradas de floresta destruída entre 2000 e 2005
105.000 milhas quadradas de floresta destruida entre 2000 e 2005
Destrução da Floresta Úmida é conduzida pela industria, concentrada geograficamente
Rhett A. Butler, mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
14 de Julho, 2008
25 acres (10 hectares) de floresta destruida por minuto entre 2000 e 2005
Novas análises do desflorestamento global revelam que o volume da perda de florestas tropicais está ocorrendo em um pequeno numero de paises. A pesquisa — publicada no jornal Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) — mostra que o Brasil é responsável por quase metade do desflorestamento global, quase quatro vezes o do próximo país com a mais alta taxa, a Indonésia, que é a oitava em desmatamento global de florestas.
O estudo vem em resposta às críticas da principal fonte de informações sobre o desflorestamento global — A Organização De Alimentos E Agricultra das Nações Unidas (FAO) — em uma época quenado medidas precisas de tais informações são criticamente importantes para os mercados emergentes para os serviços do ecossistema, incluindo sequestro de carbono pelas florestas. Os resultados podem ajudar os cientistas a melhor monitorar o desflorestamento, enquanto facilita políticas de uso de terra mais eficiente por partes dos responsáveis políticos e campanhas realizadas por grupos ambientais.
Detecção remota versus auto-relatório
O desmatamento total da floresta durante o período de estudo é estimado a ser 27.2 milhões de hectares (s.e. 2.28 milhões de hectares). A variação regional na intensidade de desmatamento é mostrada; Região 1 cobre 6% do bioma e contém 55% do desmatamento; Região 2 cobre 44% do bioma e contém 40% do desmatamento da floresta; Região 3 cobre 50% do bioma e contém 5% do desmatamento da floresta. Informações dessa figura estão disponiveis em globalmonitoring.sdstate.edu/projects/gfm. Courtesia da Academia Nacional de Ciências, PNAS (2008). Clique na imagem para ampliar. |
Diferentemente, que são baseadas grandemente no relatório de departamentos silvicolas de páises individuais, as novas estimativas tem sido produzidas por analises de uma combinaçao de imagem de satelite da Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer da Nasa(MODIS) e programas terrestres. Os pesquisadores dizem que a metodologia integrada ofereve uma maneira mais precisa de rastrear mudanças na cobertura florestal.
Os pesquisadores interpretaram a cobertura florestal e o desmatamento da floresta para 183 18.5-km por 18.5-km de blocos de amostra tomados através dos trópicos, usando imagem terrestre de alta resolução. Eles estimam que 27.2 milhões de hectares (105.000 milhas quadradas) de floresta tropical foram desmatadas de 2000 a 2005, uma área representando 2.36 por cento da cobertura de florestas tropicais do globo. Mais importante, as análises revelaram significantes diferenças no desmatamento regional da floresta, com três quintos do desflorestamento ocorrendo na America Latina, um terço na Asia, e apenas 5.4 por cento na Africa. O Brasil, que é abrigo para 60 por cento da Floresta Amazônica, foi responsável por 47.8 por cento da perda florestal global. A Indonesia e a Malásia — onde as plantações de palmeiras de óleo estão rapidamente se expandindo — ficaram com o segundo e terceiro lugar, respectivamente. As informações mostram que 55 por cento do desmatamento da floresta úmida tropical ocorre dentro de apenas 6 por cento da área do bioma, indicando a existência de “pontos quentes” de desflorestamento, especialmente no Brasil e Indonésia onde as taxas de perda florestal — 3.6 por cento e 3.4 por cento, respectivamente — excedem de longe as taxas regionais de desflorestamento (1.2 por cento para o resto da América Latina, 2.7 por cento para o resto da Asia).
“O padrão do desflorestamento nos úmidos trópicos para a atual década indica áreas concentradas com altos índices de desflorestamento na America Latina e sudeste da Ásia,” co-autor do estudo Ruth DeFries, um professor do Departamento de Geografia e Ciência de Sistema da Terra Centro Interdisciplinar da Universidade de Maryland, contou a mongabay.com. “Com a demanda subindo rapidamente para os biocombustiveis materias-primas agrícolas, nós esperamos que o desflorestamento no futuro seá cada vez mais conduzido pela industria agrícola em larga escala ao inves de proprietário em escala reduzida.”
Além da perda de cobertura florestal de 3.6 por cento do Brasil no ano 2000 — concentrada na chamada Arca di desflorestamento nos estados do Pará e Mato Grosso no sul da Amazônia — o estudo revela muitos outros pontos quentes de desflorestamento.
“Pontos quentes da America Latina incluem o norte da Guatemala, leste da Bolivia, e leste do Paraguai. Como uma porcentagem do ano 2000 de cobertura florestal, o Paraguai caracteriza a maior proporção regional de mudança de pontos quentes, indicando uma dinâmica de desmatamento avançada quase completa,” escrevem os autores.
“Grupos da Ilha Sumatra na Indonésia, Kalimantan, Sulawesi, e Papua caracteriza graus variáveis de remoção florestal, sendo a Sumatra o local de mais intensa e recente desmatamento em larga escala e Papua um nivel mensurável mais baixo de desmatamento da floresta. A província de Riau em Sumatra tem a mais alta mudança indicada dentro da Indonesia. Pontos quentes de desmatamento estão presentes em cada estado da Malásia e desmatamento no Camboja ao longo de sua fronteira com a Tailândia está entre as mais altas mudanças indicadas de pontos quentes,” eles continuam.
“A Africa, apesar de um centro de ampla difusão, extração de madeira seletiva de baixa intensidade, contribui apenas 5.4 por cento para a perda estimada de cobertura de floresta úmida tropical. Esse resultado reflete a falta de atual escala de desmatamento agro-industrial na floresta tropical da Africa.”
As novas estimativas diferem significantemente daquelas liberadas no relatório da Avaliação de Recursos Florestais da FAO em 2005 (FRA) que sugeriu mais ampla distribuição do desflorestamento, incluindo uma perda substancialmente maior da floresta tropical na Africa e na Indonesia.
“O relatórioa da FRA em 2005 mostra que a Africa e a America do Sul tem as maiores taxas de perda de area florestal, ambas em excesso de 4 milhoes de hectares por ano,” escrevem os autores. “Para aqueles países aricanos predominantemente dentro dos trópicos úmidos, apenas nosso úmido trópico tem menos de um terço das estimativas da FRA. Para ambos esse estudo e a FRA, Brasil e Indonesia são os países que caracteriza ais maiores taxas de desflorestamento. No entanto, nossos resultados diferem a respeito do relative valor da magnitude de mudança. Para o Brasil e Indonesia, o relatório da FRA mostra mudança anual na área da floresta de 2000 a 2005 igual a 2.68 e 1.87 milhões de hectares/anos, respectivamente. Nossa estimativas de dematamento florestal para o Brasil e Indonésia são de 2.60 e 0.70 milhões de ha/ano, respectivamente.”
Poucos esforços de conservação
Ainda, a descoberta de que o desflorestamento está cada vez mais concentrado geograficamente e conduzido pela industria pode conter esforços significantes para a convervação.
“Eu não penso que ninguém interessado no desflorestamento tropical se chocaria ao escutar que as informações da FAO tem problemas, apesar que ele poderia nao ter percebido quão sérios eram os problemas,” disse William Laurance, um pesquisador da floresta tropical no Instituto de Pesquisa Tropical Smithsonian, que não foi envolvido no estudo. “Essas novas informações esclareceram apenas quão alarmante o desflorestamento na Amazonia Brasileira se tornou em termos globais — virtualmente metade do total global nos últimos anos.”
“Mas a concentração geográfica do desflorestamento, juntamente com o deslocamento da subsistencia levada ao desflorestamento pode ter beneficios inesperados para a conservação: pode ser mais fácil para o meio grupos ambientalistas prepararem suas campanhas alvejando grandes corporações e industrias que destroem a floresta.”
Expandindo os esforços de monitoração
Os pesquisadores esperam que seus estudos sejam mais finamente medido na mudança da cobertura florestal com o tempo, uma capacidade que poderia provar ser util para os esforços para avaliar as florestas pelo carbono que elas contém. Um mecanismo proposto — conhecido como Redução de Emissões do Desflorestamento e Degradação (REDD) — clamaria diminuir as emissoes de gases de efeito estufa compensando países tropicais por reduzir as taxas de desflorestamento de uma base historica. Imagem de Satelites teriam um papel chave no estabelecimento dessa base e na monitoração do desflorestamento, apesar dos autores dizerem que os esforços irão requerer também melhorias técnicas no solo.
Desflorestamento na Amazônia Brasileira. Cortesia da Google Earth. |
“Monitorando mudanças na cobertura florestal ao longo de áreas está se tornando cada vez mais praticáveis com dados de satélite por um custo relativamente baixo. A ênfase da política atual em reduzir o desflroestamento como uma aproximação da diminuição das emissoes de gases de efeito estufa aumenta a necessidade de países tropicais serem capazes de monitorar as florestas dentro de suas fronteiras. Esta é uma meta realista, mas atenção precisa ser colocada no desenvolvimento de habilidades técnicas e capacidade institucional dentro dos países,” co-autora do estudo Ruth DeFries disse.
Matthew Hansen, autor lider do trabalho e co-diretor do Centro de Ciência e Informação Geográfica na Universidade de Dakota do Sul, acrescente que melhores resoluções e monitoramento mais consistentes poderiam ajudar os pesquisadores a compreender melhor os condutores regionais da mudança da terra nos trópicos.
“Precisamos de sistemas operacionais que permitam-nos eficientemente e precisamente monitorar as florestas,” ele contou a mongabay.com. “Consistencia é primordial. Atualmente temos que comparar varias estimativas de resultados que refletem diferentes períodos e áreas de estudo diferentes, diferentes definições e métodos diferentes. Nossa aproximação é para ser repetível e para cobrir todo o bioma, o que pensamos ser um avanço. Nosso método poderia ser implementado retrospectivamente e prospectivamente na mudança de monitoração com o tempo.”
“Esté é o primeiro mapa quantitativo de perda florestal nos trópicos úmidos que permite, em um piscar de olhos, a comparação da variação regional nesta dinâmica. Nós gostamos muito desse aspecto e estamos levando a cabo tais métodos em melhores definições espaciais,” ele contou a mongabay.com. “A idéia é que com mais esforço, poderiamos certamente ter numeros mais detalhados.”
Matthew C. Hansen at al. (2008). Desmatamento da floresta tropical úmida de 2000 a 2005 quantificada usando informações de detecção remota multitemporal e multiresolução. PNAS 08 de Julho, 2008 vol. 105 no. 27 9439-9444.