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A indústria de palmeira de óleo adentra a Floresta Amazônica

A indústria de palma de óleo adentra a Floresta Amazônia

A indústria de palmeira de óleo adentra a Floresta Amazônica
Rhett Butler, mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
11 de Julho, 2008




A Autoridade de Desenvolvimento de Terras da Malásia, a FELDA anunciou planos para estabelecer imediatamente 100.000 hectares (250.000) de plantações de palmeira de óleo na Amazônia Brasileira.



A agência será sócia da Braspalma, uma companhia local, para formar a Felda Global Ventures Brazil Sdn Bhd. FELDA ira capitalizar 70 por cento do empreendimento.



“Como um inicio, 20.000 hectares em Tafe serão abertos para plantação de palmeira de óleo. Depois disso, entre 3.000 hectares e 5.000 hectares serão abertos anualmente,” disse o Deputado e Primeiro Ministro Datuk Seri Najib Razak. “Felda quer emular a Petronas como uma jogadora global,” ele acrescentou, se referindo a companhia nacional de petróleo da Malásia.



O anúncio de Quarta-feira tem sido esperado. Mês passado Najib disse que a Malásia procuraria expandir sua industria de óleo de palma para outros países. O país está enfrentando limitações de terras.




De acordo, o Presidente da Felda Tan Sri Mohd Yusof Noor disse que ofereceram à agência 105.000 hectares em Papua New Guinea, 45.000 hectares em Aceh na Ilha de Sumatra na Indonésia, e 20.000 hectares em Kalimantan na Ilha de Bornéo.



Palmeira de óleo e a Amazônia



Potencial agrícola para soja, palmeira e cana de açucar na Amazônia Brasileira (acima). Estoque de carbono nas terras da floresta apropriadas para várias colheitas (em baixo). Derivada do Instituto de Pesquisa Woods Hole De protnidão para o REDD: Uma avaliação preliminar da Aptidão de Terras Tropicais Florestadas para a Agricultura.

O estabelecimento de plantações de palmeiras de óleo na Amazônia será visto pelos ambientalistas como uma nova ameaça para a maior Floresta Úmida do mundo. Atualmente pouca palmeira de óleo comercial é produzida na região devido parcialmente à natureza tradicional dos plantadores brasileiros e preocupações com pestes, mas a entrada daindustria-líder da Malásia poderia servir como um modelo e rapidamente aumentar a visibilidade da palmeira de óleo como uma forma viável de uso de terra. Como o maior rendimento do mundo no mercado de sementes oleaginosas, a palmeira de óleo irá oferecer melhores retornos financeiros do que a criação de gado e o cultivo mecanizado de soja, as atividades agrícolas dominantes na Amazonia, e empregará um grande numero de pessoas (plantações de palmeira de óleo podem empregar aproximadamente um trabalhador por 8-10 hectares, enquanto apenas um cowboy pode dar conta de 4.000-5.000 cabeças de gado pastoreando centenas de hectares de terras).



O potencial para plantações de palmeira de óelo na Amazôni Brasileira é vasto: O Instituto de Pesquisas Woods Hole estima que 2.283 milhoes de quilometros quadrados (881.000 milhas quadradas) de terra florstam na região é apropriada para a palmeira de óleo, uma área ainda maior em extensão que aquela que poderia ser convertida para a soja (390.000 quilometros quadrados) ou cana de açucar (2.746 milhoes de quilometros quadrados). O Woods Hole calcula que esta área da floresta capture mais de 42.5 bilhões de toneladas (gigatons) de carbono em biomassa acima do solo, ou aproximadamente seis vezes as emissões gloabais de 2006. Convertendo esta área para a palmeira de óleo liberaria quase 60 por cento desse carbono (plantações palmeira de óleo em SE na Ásia armazenam cerca de 75 toneladas de carbono por hectare).





A expansão da palmeira de óleo na Amazônia irá provavelmente ser facilitada por projetos de infraestrutura atualmente corrente nesta região, incluindo a construção de estradas, expansão de portos, e novos projetos hidrelétricos. Produtores de palmeora de óleo tambpem se beneficiam de um “subsidio de extração de madeira” onde a madeira colhida de uma área de terra ajuda a compensar o custo do estabelecimento da plantação. Antes da recente subida dos preços da palmeira de óleo, a extração de madeira tem sido um elemento chave para a lucratividade das plantações de palemira de óleo no Sudeste da Ásia.



Economia da Palmeira de Óleo



Os preços de mercado para óleos brutos e vegetais de Janeiro de 2003 até Dezembro de 2007. Informações derivadas da FAOstat e do Banco Mundial.

A triplicação dos preços da palmeira de óleo desde o começo de 2005 tem sido ligado ao aumento da demanda por óleo cru, que tem eficientemente aumentado os preços de todos os outros óleos vegetais. Produtores nos Estados Unidos e na Europa tem divesificado os óleos vegetais (canola/semente de couve e soja) e outros estoques agrícolas (especialmente milho) para a produção de biocombustiveis, fazendo oscilar a alta dos preços dos grãos e sementes de óleos ao redor do mundo. Enquanto a palmeira de óleo tem grande potencial como mantimento da produção de biodiesel, os preços são atualmente muito altos para tornar o processo viável — aproximadamente 80 por cento do custo de biodiesel é o preço de seu feedstock. Como a maioria das palmeiras de óleo usadas na produção de alimentos, cosméticos e para propósios indusriais 𔃐 menos de um por cento da produção de 2007 na Malásia foi usada para obiodiesel. Ainda a industriatem altas esperanças que eventualmente usem mais palmas de óleo como um feedstock de biodiesel.



Palmeiras de óleo e biodiversidade



Plantações de palmeiras de óleo suportam significantemente baixos niveis de biodiversidade do que as florestas de onde se extraem madeira. Uma pesquisa por Lian Pin Koh e David Wilcove descobriu um declínio de 77 por cento em espécies de pássaros e uma perda de 83 por cento de espécies de borboletas na conversão da floresta de crescimento antigo para as plantações de palmeiras de óleo. Por comparação, floresta secundária, 30 anos após extrações reteve aproximadamente 80 por cento das espécies da floresta original. As plantaçoes de palmeita de óleo também estocam consideravelmente menos carbono que as florestas primárias.



Reduzindo o impacto da palmeira de óleo e outras formas de agricultura na Amazônia




Plantações de palmeira de óleo e floresta pesadamente desflorestada perto de Lahad Datu, Malásia. Foto por Rhett A. Butler

Parece inevitável que grandes áreas da Floresta Amazonica sejam convertidas para a agricultura, mas esses são caminhos de abrandar o impacto ambiental mais severo da transição. Os desenvolvedores podem ser encorajados a adotar métodos de cultivo promovidos pela Roundtable on Sustainable Palm Oil — uma iniciativa liderada pela industria para melhorar sua performance ambiental. Elas incluem usar pesticidas naturais e compostagens no lugar de pesticidas sintéticos e fertilizantes sempre que possivel, implementar políticas contra queimadas, e criar captação de tanques para impedir a efluência dos moinhos de palmeira de óleo (POME) das entradas de águas onde prejudicaria habitats aquáticos.



Um melhor reforlo das leis ambientais existentes no Brasil — incluindo requerimentos para deixar uma porção da terra florestad e zonas intermediárias — juntamente com monitoração em tempo real por satélites no Brasil das copas da floresta poderia reduzir os piores impactos do cultivo extensivo de palmeira de óleo na Amazonia.



Por causa das plantações de palmeir de óleo oferecerem maiores rendimentos por hectare do que qualquer outra produçaõ de carne ou soja, o estabelcimento das regulações que restringem novo desenvolvimento para terras desmatadas ou florestas secundárias poderiam resultar em uma rede de ganhos economicos para a região em a necessidade de desmatar mais florestas. Em um senso, se as plantações mais produtivas de palmeira de óleo compensaremo pastos de gado de baixa intensidade já estabelecidos na região, a Amazonia pode bem ser mais rica economicamentee biologicamente. Um componente importante para isso seria a manutenção de zonas de água e corredires de migração junto com a proteção de habitats críticos.



Cobertura Florestal versus produção de palmeira de óleo na Indonésia. Em 2007 a Indonesia ultrapassou a Malásia como a maior produtora de palmeiras de óleo do mundo. Juntos, os dois países são responsáveis por mais de 98 por cento da produção global.

Finalmente, pagamentos pelos serviços do ecossistema, como aqueles empregados em pograma piloto no estado do Amazonas, onde comunidades rurais são pagas por deixarem as florestas intactas, poderiam oferecer alternativas economicas para o desmatamento da floreta. Se o REDD (Redução de Emissões do Desflorestamento e Degradaçã) e outras esquemas de pagamentos se tornarem uma realidade, eles poderiam competir diretamente com outras formas de uso da terra.






Mapa/Gráfico: Divisão do Mercado em até 5 produtores de palmeira de óleo para o mercado do ano de 2008




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