O mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) pode causar disparidades na distribuição de fundos para conservação
O mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) pode causar disparidades na distribuição de fundos para conservação
mongabay.com
Traduzido por Junia Faria
26 de Junho, 2008
O mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) proposto como um meio de lutar contra o aquecimento global e proteger as florestas pode trazer problemas para certos ecossistemas, alegam cientistas em um editorial publicado no jornal cientifico Science.
Lera Miles do Programa Mundial de Monitoramento da Conservação das Nações Unidas e Valerie Kapos da Universidade de Cambridge dizem que a ênfase no estoque de carbono dos ecossistemas pode fazer com que fundos destinados a conservação— incluindo os fundos gerados pelo programa REDD — não cheguem a ecossistemas ricos em biodiversidade mas pobres em carbono, tais como as savanas e as áreas pantaneiras. A pressão do desenvolvido — removida das florestas tropicais e outras áreas ricas em carbono — cairia desproporcionalmente sobre esses ecossistemas e sobre países que não fazem parte do mercado mundial de carbono. Em suma, REDD poderia criar uma espécie de protecionismo no mundo das finanças para a conservação ambiental.
Will these guys be out of luck under a carbon trading regime? Miles and Kapos argue that ecosystems with low amounts of above ground biomass could suffer from neglect or worse — outright exploitation from “leakage” resulting from conversation of carbon-rich systems — under a REDD mechanism for carbon offsets. |
“Mudanças no uso da terra, principalmente o desmatamento, são responsáveis por 18-25% das emissões anuais de gases causadores do efeito estufa,” diz Miles. “Nós encorajamos as iniciativas que visam proteger as florestas, e que ajudarão a resolver esse problema e manter valiosos habitats; entretanto, os potenciais impactos negativos não antecipados para certos ecossistemas nos preocupam.”