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A próxima geração de biocombustíveis poderia dizimar as florestas úmidas

A próxima geração de biocombustíveis poderia dizimar as florestas úmidas

A próxima geração de biocombustíveis poderia dizimar as florestas úmidas
mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
20 de Junho, 2008





A próxima geração de biocombustíveis poderia dizimar as florestas tropicais diz ecologista principal da Universidade de Minnesota.



Numa palestra na Universidade de Stanford em 15 de Maio, Dr. David Tilman disse que tecnologias celulósicas de etanol que convertem biomassa diretamente em biocombustível poderia colocar nova pressão nas terras florestais que já carregam o fardo da expansão agrícola nos trópicos. Ele estimou que um hectare típico de floresta úmida com 200 toneldas de biomassa coletável poderia render 15.000 galões de etanol uma vez que a tecnologia celulósica for comercial. Em termos de dólares, o desmatamento da floresta para a produção de etanol poderia gerar mais de $36.000 em renda por hectare e talvez $7.000 em lucro. Um milhão de hectares poderia gerar $7 bilhões em lucros.



Em outras palavras, tecnologia de conversão celulósica poderia facilmente levar ao desflorestamento, especialmente nos trópicos onde converter sistemas naturais para combustível seria mais fácil que plantar colheitas de combustíveis em potencial como palma de óleo, cana de açucar, soja ou milho.



Gráfico modificado da Science. Tilman foi co-autor de um estudo publicado em fevereiro de 2007 que mostrou que a produção de alguns biocombustíveis pode resultar em emissões maiores que aquelas dos combustíveis fósseis. A análise revisou o ciclo de vida das emissões de varios estoques de biocombustíveis e apresentou os resultados como uma escala de “débito de carbono”.

Ainda Tilman está esperançoso de que a tecnologia celulósica possa ser usada de maneira a reduzir a necessidade de converter áreas ecologicamente sensíveis e gerar combustiveis de estoques que não são usados para alimentos. Especificamente, Tilman acredirta que o uso de espécies nativas — especialmente gramas perenes e arbustos — poderia melhorar os rendimentos e sustentabilidade da produção de biocombustível.



Baseado em uma década de pesquisa na Área Cedar Creek Natural History, uma reserva ecológica experimental de 2200-hectares operada pela Universidade de Minnesota, Tilman disse que diversas misturas de plantas que imitam ecossistema nativo da pradaria são as melhores fontes de biocombustíveis do que etanol de milho ou biodiesel da soja.



“Pastagens de alta diversidade produziram 238 por cento mais biocombustiveis do que as monoculturas,” Tilman disse, acrescentando que sistema altamente diverso também sequestra carbono da atmosfera e requer menos entradas agrícolas (água, fertilizantes, e pesticidas) do que sistemas de baixa diversidade como monoculturas.



“Biocombustíveis feitos a partir de misturas de alta diversidade de plantas de pradaria pode reduzir o aquecimento global removendo dióxido de carbono da atmosfera. Mesmo quando crescidas em solos inférteis, elas podem prover uma porção substancial de necessidades globais de energia, e deixar a terra fértil para produção de alimentos,” disse Tilman.



A crise global de alimentos



Tilman também falou sobre a crise global de alimentos, oferecedo várias “regras gerais” para assegurar que a produção de alimentos encontre a necessidade de gerações futuras.



Ele disse que terras férteis deveriam ser usadas para alimentos, não para biocombustíveis, e argumentou que o mundo necessita sustentar pelo menos ganhos lineares em rendimentos investindo em reprodução de colheitas e desenvolvimento de novas colheitas e variedades. Em países pobres, a transferência de tecnologia e melhoramentos e infraestrutura e técnicas de cultivo poderiam impulsionar a produtividade e ajudar a tornar pequenos fazendeiros mais auto-suficientes. Governos ricos deveriam facilitar o esforço criando um fundo de pesquisa para melhoramentos de colheitas que “não são suficientemente lucrativas” para empresas de sementes e setor privado, ele disse. Finalmente, encourajando mudanças dietéticas longe de alimentos de recursos intensivos como carne e porco, poderia mais á frente reduzir as pegadas globais da terra para a agricultura.



“Com premeditação, nós podemos assegurar o suprimento alimentar, de energia e do ambiente que as gerações futuras merecem,” disse ele.









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