Papua assina acordo de carbono REDD para gerar renda para a proteção da floresta úmida
Papua assina acordo de carbono REDD para gerar renda para a proteção da floresta úmida
Rhett Butler, mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
28 de Maio, 2008
O governo da província Papua na Indonesia entrou em acordo com uma empresa financeira australiana para estabelecer um projeto silvicola financeiro baseado no carbono na ilha de Nova Guiné.
O projeto — que poderia envolver mais de um milhão de hectares — reivindica criar “uma base perpétua financeira para comunidades locais” através de créditos de carbono gerados pela conservação da floresta.
“Há um alto nível de interesse em estabelecer projetos pilotos para a conservação baseada na finança de carbono,” David Brand, Diretor de Controle de Novas Florestas, uma firma de investimento de Sydney. “O projeto visa entregar creditos de carbono de alta qualidade para o mercado voluntário baseado na decisão do governo de rescindir o status de extração e desenvolvimento agrícola da terra.”
Dezembro passado o governador da Provincia de Papua, Barnabas Suebu impôs uma ampla moratória na província sobre a extração na esperança de que o emergente mercado de carbono ofereceria melhor retorno para o povo de Papua. A extração de madeira e conversão da floresta para a agricultura — especialmente as plantações de palmeira e borracha — são importantes fontes de renda para a provincia.
“A conversão dessas florestas espetaculares para o agronegócio seria uma grande perda,” disse o Governador Suebu. “Eu espero que essa aproximação possa prover um novo caminho de desenvolvimento para as florestas e o povo da Provincia de Papua.”
O novo acordo é baseado nas Reduzidas Emissões do Desflorestamento e Degradação (REDD), uma política de mecanismo proposto que compensaria os países tropicaia para salvaguardar suas florestas. Porque o desflorestamento é responsável por cerca de um quinto das emissões de gases de efeito estufa do mundo, os esforços para reduzir o desflorestamento podem ajudar a combater a mudança climatica.
Enquanto o REDD foi explicitamente excluido do Protocolo de Kyoto, os responsáveis polítics que se encontraram em discussões sobre o cima em Bali em Dezembro passado sinalizaram que a silvicultra teria um papel nos futuros esquemas de abrandamento das emissões.
O acordo com a Papua veio seis meses depois que a New Forests anunciou um plano inovador para gerar retornos de investimentos protegendo a vida selvagem. O esquema estabelecerá um banco de conservação de habitat selvagemn para gerenciar e reabilitar os 34.000-hectares da Reserva Florestal Malua na ilha de Borneo.