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Fotos do lagarto legless e outras espécies reecntemente descobertas no Cerrado Brasileiro

Fotos do lagarto legless e outras espécies recentemente descobertas no Cerrado Brasileiro

Fotos do lagarto legless e outras espécies reecntemente descobertas no Cerrado Brasileiro
mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
15 de Maio, 2008





Uma expedição no Cerrado Brasileiro revelou mais de uma dúzia de espécies não descobertas. Conservacionistas dizem que as descobertas acescentam urgência em proteger o habitat das pastagens que estão sendo convertidas rapidamente para a agricultura.



A equipe de pesquisa, que incluia cientistas da Conservação Internacional (CI) e universidades brasileiras, descobriu 14 espécies acreditadas serem novas para a ciência — incluindo oito peixes, três répteis, um anf´ibio, um mamífero, e um pássaro — dentro e ao redor da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, uma área protegida de 716.000-hectares (1.769.274-acres).



“É muito entusiasmante descobrir novas espécies e informações da riqueza, abundância, e distribuição da vida selvagem em uma das mais extensas, complexas e desconhecidas regiões do Cerrado,” disse o biólogo do CI Cristiano Nogueira, líder da expedição. “Áreas protegidas tais como a Estação Ecológica são abrigo para alguns dos últimos ecossistemas saudáveis numa região cada vez mais ameaçada pelo crescimento urbano e a agricultura mecanizada.”









Essa espécie de lagarto do gênero Bachia é uma das novas espécies descobertas durante a expedição. Embora hajam outras espécies do gênero no cerrado (quase todas descobertas e descritas apenas recentemente), esta nova espécie foi catalogada apenas na Estação Ecológica. A ausência de pernas e o focinho empinado e pontudo ajuda na locomoção sobre superfície de areia, predominante em todo o Jalapão, formada pela erosão natural de despenhadeiros dos platôs da Serra Geral. Fotos por Miguel Trefaut Rodrigues




Algumas das espécies catalogadas são relativamente raras e pouco conhecidas, como esse pequeno rato de espesso rabo do gênero Thylamys, registrado pela primeira vez no Jalapão. Apesar dessas espécies terem sido descritas de uma enclave do Cerrado dentro da região da Caatinga, pesquisas recentes mostraram que a escala dessa espécies está concentrada na porção norte do cerrado. Foto por Agustin Camacho




Outras espécies tais como esse sapo chifrudo acreditado ser novo para a ciência do genero Proceratophrys ocupa áreas muito restritas. Áreas protegidas como EESGT são fundamentais, porque elas abrigam grandes populações de espécies, reduzindo a ameaça de extinção da destruição de habitats fora das reservas. Foto por Paula Hanna Valdujo.




Esta espécie de anfíbio (Corythomantis greeningi) ocorre principalmente na região de Caatinga, com somente escassas catalogações no cerrado. A descoberta dessa espécie no EESGT é a primeira catalogada na região do Jalapão. As secreções de sua pele podem causar irritação nos olhos e nariz. Foto por Paula Hanna Valdujo

O 29º-dia de expedição também revelou diversas espécies ameaçadas tais como a arara hyacinth, cervo do pantano, armadillo de três bandas (tatu-bola), o merganso brasileiro, e o tinamou anão enre as mais de 440 espécies de vertebrados catalogados.



“A distribuição geográfica de algumas dessas espécies registradas é restrita à area da estação ecológica; assim sua sobrevivência depende da boa gerência da área protegida e suas imediações,” disse Luís Fabio Silveira, do Departamento de Zoologia da Universidade de Sao Paulo. “Da pesquisa podemos obter informações a respeito da anatomia, biologia reprodutiva, ciclo de vida, e distribuição da espécie, todas informações que nos ajudarão nos futuros programas de conservação.”



A Conservação Internacional diz que o estudo será usado para apoiar o densenvolvimento de um plano de gestão para a Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins.



“Nós precisamos conhecer melhor nossas áreas protegidas, especialmente as estações ecológicas cujo principal objetivo é gerar conhecimento cientifico da biodiversidade brasileira, tão pouco estudada e já severamente ameaçada,” disse Nogueira. “Infelizmente, áreas extensas do Cerrado, como a Estação Ecológica, estão se tornando cada vez mais rara, tornando a coleta de informações ainda mais importante. Acima de tudo, é necessário saber conservar.”



O Cerrado, uma pastagem arborizada no Brasil que antes cobria uma área metade do tamanho da Europe, está rapidamente sendo transformado em colheitas para satisfazer a demanda crescente de soja, cana de açucar, e gado. O Cerrado está desapareendo mais de duas vezes a taxa da sua vizinha Floresta Amazônica, de acordo com Ricardo Machado, autor de um recente estudo do cerrado da Conservação Internacional (CI).



“O Cerrado era praticamente intacto até os anos 60, quando a maior parte das atividades economicas relevantes eram referentes ao gado,” Dr. Ricardo Machado, autor de um estudo recente sobre o cerrado da Conservation International (CI), disse a mongabay.com. “Durante os anos 70, quando novas tecnologias e novas variedades de plantas (milho, soja, arroz, trigo, eucalipto, e pastos para gado) eram introduzidas o cerrado se transformou numa importante região para o agronegócio brasileiro. Mais e mais áreas nativas era desmatadas para ser convertidas em pastos plantados (usando gramíneas africanas) ou colheitas. A vegetação natural removida era convertida em carvão para ser usada pela industria de aço.”




Cobertura de cerrado remanescente no Brasil de acordo com Dr. Machado

Dr. Machado estima que a área de cerrado de uma porcentagem de seu original de 204 milhões de hectares em extensão, tem caído para cerca de 73 por cento em 1985 para cerca de 43 por cento em 2004. Ele acredita que a área ocupada por pastagens e plantações tem crescido desde então, dada o aumento substantial na produção agrícola brasileira e os preços da terra, e calcula a perda anual em 2.2 milhões de hectares cada ano, ou cerca de 1.1 por cento do cerrado remanescente. Por comparação, a Floresta Amazônica brasileira perdeu cerca de 10.7 milhões de hectares entre 2002 e 2006, 2.1 milhões de hectares ou cerca de 0.5 por cento por ano.


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