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A proibição da soja na Amazônia parece ser eficiente na redução do explicíto desflorestamento

A proibição da soja na Amazônia parece ser eficiente na redução do explícito desflorestamento

A proibição da soja na Amazônia parece ser eficiente na redução do explicíto desflorestamento
mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
14 de Maio, 2008





Uma proibição dirigida pela industria na produção de soja na Amazônia parece estar se mostrando eficiente na redução de novos desmatamentos devido à produção de soja, de acordo com uma pesquisa publicada na segunda feira pelo Greenpeace e a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais.



A moratória que foi assinada por alguns dos maiores trituradores de soja na Amazonia em resposa a uma campanha do grupo ambiental Greenpeace, entrou em vigor em Outubro de 2006.



Enquanto acredita-se que a soja tenha um impacto indireto no desflorestamento por elevar os preços das terras e competir com a forma dominante de uso da terra na Amazonia — fazendas de gado — as notícias são um sinal de esperança para os conservacionistas.

“Sem dúvidas os resultados mostram que a moratória da soja está sendo respeitada e isso é uma boa notícia,” Paulo Adario, coordenador da campanha da Amazônia do Greenpeace, foi citado dizendo para a Imprensa Associada. O relatório não encontrou nenhuma plantação nova de soja em nenhuma das 193 áreas que mostravam desflorestamento de 100 hectares (250 acres) ou mais entre Agosto de 2006 e Agosto de 2007.



Ainda Adario advertiu que os altos preços da soja estão continuamente colocando pressão nas terras florestais na Amazônia Brasileira.



Expansão da soja na Amazônia Brasileira, 1990-2005




As taxas de desflorestamento anual e expansão anual da soja para estados na Amazônia Brasileira 1990-2005.

“Entretanto, os altos preços da soja no mercado internacional estão aumentando o apetite dos produtores por mais terra, que cria um desafio importante para as companhias comprometidas com a moratória,” ele contou à Imprensa Associada, acrescentando que muito do desflorestamento citado no relatório ocorreu adjacente às plantações de soja existentes, sugerindo que os colaboradores poderiam expandir os campos de soja dentro dessas áreas.



Tipicamente as áreas florestais são desmatadas pelas fazendas de gado de baixa intesidade e então vendidas para produtores de soja dois a três anos mais tarde. Com os preços da terra se valorizando e o cultivo da soja se expandindo em áreas previamente desmatadas e tendo o cerrado como ecossistema de pastagem vizinho, as fazendas estão cada vez mais se deslocando para áreas das fronteiras, estimulando o desflorestamento.



“Rancheiros que vendem suas terras para plantadores de soja ou de cana podem comprar áreas 10 vezes maiores nas fronteiras, devido ao forte diferencial de preços das terras,” escreveu Dr. Donald Sawyer, um professor associado no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília, em um trabalho sobre o impacto dos biocombustíveis na Amazônia publicado em Maio nas Transações Filosóficas da Royal Society B.



Cientistas dizem que o impulso da indústria da soja para as melhorias de infraestrutura está igualmente contribuindo para a conversão da floresta.



“A poderosa entrada brasileira da soja tem sido uma força condutora por trás de iniciativas para expandir as redes das estradas da Amazônia, que aumentam muito o acesso à floresta por parte de rancheiros, fazendeiros, madeireiros, e especuladores de terra,” disse Dr. William F. Laurance, um pesquisador do Instituto Tropical Smithsonian, que tem argumentado que há uma “conexão do milho” Americano ao desflorestamento da Amazonia. Laurance diz que os subsídios para o etanol produzido a partir do milho estão promovendo o ímpeto para a conversão da floresta para propósitos agrícolas.


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