Predador da maior arara do mundo assegura sua sobrevivência
Predador da maior arara do mundo assegura sua sobrevivência
Jeremy Hance, mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
13 de Março de 2008
Numa torção biológica estranha, um novo estudo mostra que a Arara Hyacinth depende de seu maior predador, o Tucano Toco, para sobrevivencia.
Vivendo no Pantanal Brasileiro a Arara Hyacinth requer um lar bem especifico: um buraco pré-existente na árvore Manduvi. Tais árvores estão em extinção. A árvore deve ser madura (pelo menos 60 anos de idade) para fornecer um grande buraco suficiente para os ninhos das araras. Além disso, dezessete outras espécies de pássaros irão usar tais buracos, como irão também uma variedade de mamíferos e colméias de abelhas. Para tornar isso ainda mais dificil, a árvore manduvi não é altamente predominante: um estudo anterior descobriu que ela compõem apenas 6 por cento da vegetação do Pantanal.
Araras Hyancinth no Pantanal. Foto pr Rhett A. Butler |
Sendo a árvore tão importante para a sobrevivência das Araras Hyacinth, o estudo concentrou-se nas espécies que dispersam as sementes. Para surpresa dos cientistas, descobriu-se que o mais eficiente dispersador de sementes era o Tucano Toco, coletando 86.3 por cento das sementes. O Tucano Toco tende a se manter longe de seus parentes e é capaz de voar a grandes distâncias, disperssando as sementes o mais longe e dispersas que qualquer outra espécies. A dispersão da Manduvi é portanto muito dependente dos esforços dessa espécie de tucano.
Ironicamente, esse é o mesmo tucano que tem sido mostrado ser o maior predador dos ovos das Araras Hyacinth. As Araras perdem quase um quarto de seus ovos para os predadores, incluindo pássaros com crista violáceos, gambás de orelhas brancas, e Coatis, contudo o Tucano Toco como metade dos ovos perdidos para as rapinas a cada ano. O tucano pode engolir tais ovos inteiros, nao deixando nenhuma evidência de sua entrada, as vezes, o tucano irá matar os ninhos de araras.
A Arara Hyacinth está listada como em extinção pelo IUCN. As princioais forças não são os predadores, mas estão relacionadas aos humanos. A caça com armadilhas e a perda de habitat são dois dos grandes fatores do declínio das araras. No comércio de animais a arara pode custar alguns milhares de dólares americanos. As fazendas de gado, que são prevalecentes no Pantanal, são também destrutivas, já que os gado irão comer as sementes da árvore Manduvi antes que elas tenham chance de germinar. Finalmente, a seletivdade da Arara Hyacinth a respeito dos ninhos nao tornou a conservação mais fácil a longo prazo.
Os cientistas que trabalham com isso urgem para que essa nova pesquisa seja levada em consideração nos planos futuros de conservação, porque sem seu grande predador a Arara Hyacinth não teria lugar para viver.