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O aquecimento global não está ligado á morte das rãs?

O aquecimento global não está ligado à morte das rãs?

O aquecimento global não está ligado á morte das rãs?
mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
20 de Abril, 2008





Os cientistas tocaram em outro ponto crítico no fervoroso debate sobre o papel da mudança climática no declínio global dos anfíbios.

Escrevendo em 25 de Março questões da Biologia PLoS, uma esquipe de pesquisadores liderados por Karen Lips da Universidade- Carbondale do Sul de Illinois relata descobrir “nenhuma evidencia para apoiar a hipótese de que a mudança climática tem conduzido à epidemia dos anfíbios por chytridiomycosis” — uma doença culpada por mortes em larga escala dos anfíbios. Outros pesquisadores argumentaram que as mudanças climáticas estão piorando a dissemninação da doença fúngica.

Ao invés de Lips e seus colegas dizerem que introduções múltiplas da patogenia invasiva são responsáveis pela epidemia na América do Sul. O trabalho deles é baseado na modelagem do declínio geográfico de rá coloridas harlequin (genus Atelopus) na América Central e do Sul e mostrou que o fungo ligado ao declínio de rãs estão se espalhando em um padrão de ondas tipicas de epidemias altamente virulentas e não afetadas pela variação do clima.

O fungo Chytrid (Batrachochytrium dendrobatidis)

Os cientistas ainda não sabem a origem do fungo, mas eles suspeitam que poderia ser uma rã Africana, uma espécies que tem sido enviada pelo mundo inteiro com propósitos de pequisa. O fungo é altamente transmissível e algumas pessoas tem acusado os cientistas de intoduzir inadvertidamente esporos da patogenia para dentro dos ecossistemas. Em todo caso o fungo é agora encontrado em pelo menos quatro continentes e está se espalhando rapidamente. No último Abril, o Japão confirmou as primeiras mortes de rãs locais causadas pelo fungo, enquanto no Panamá, o fungo parece estar migrando em uma escala constante através do istmo.

“Nossas descobertas reforçam a hipótese de epidemia na América Central, e identifica novas evidencias para padrões similares de declínio de anfíbios na América do Sul,” escrevem os autores.



Outros estudos encontraram um padrão similar de declinio no Leste da Australia.



Implicações para a conservação



Lips diz que o novo estudo fornece pistas que poderiam ajudar a limitar a epidemia dos fungos.

“O que faz o estudo ser realmente relevante é que nós podemos generalizar agora como os fungos são espalhados,” diz Lips. “Sabemos de nossa pesquisa, que se comerçamos a olhar no tempo e lugar certos numa área onde o fungo está, nós provavelmente veremos ele afetando as populações de rãs. Isso nos ajuda a entender o que está acontecendo, e pode potencialmente nos ajudar a sairmos na frente dele.”



Lips diz que desde que o fungo pode ser espalhado através do comércio de animais e plantas ornamentais, o governo e agencias ambientais deveriam testar em importações a presença da patogenia. Uma vez descoberta, drogas anti-fúngica podem destruir os fungos antes que eles possam contaminar uma área.



A rã dourada do Panamá (Atelopus zetecki). Diferentemente das outras rãs, a rã dourada do Panamá não têm tímpanos e se comunicam acenando as mãos. Em muitas partes do Panamá esta rã é considerada boa sorte e as pessoas as colecianam retirando-as de seu habitat para tê-las em casa. Esse costume é mais uma ameaça a uma especie que já sofre com o fungo chytrid (Batrachochytrium dendrobatidis), uma doneça infecciosa de pele agora encontrada em populações de rãs ao redor do mundo.

O estudo revela que o fungo está se espalhando “como uma onda, em um tipoico padrão de epidemia.” Primeiramente introduzida na América do Sul no final dos anos 70 ou início dos 80, “a doença se espalhou pelos Andes, infectando anfíbios nativos e frequentemente causando a extinção de populações inteiras e especies.”

“Nossa pesquisa tem mostrado que uma vez que os fungos chegam a um lugar novo ele se espalha como um violento incêndio,” disse Lips. “Então a solução é prevenir a epidemia.”

“A essa hora, os fungos não podem ser mais controlados ou tratados em anfíbios selvagens e em seus habitats,” acrescentou o co-autor Michael W. Sears, também zoologista na Universidade Carbondale no Sul de Illinois.

A maior figura

Existem 6.000 espécies conhecidas de anfíbios — animais de sangue frio que incluem rãs, sapos, salamandras, tritões e caecilians — ao redor do mundo.



Globalmente, 43 por cento das populações de anfíbios estão em declínio de acordo com a Avaliação Global de Anfíbios. Outros estudos mencionaram a perda de habitat, poluição, uso de pesticidas, aumento da radição UV-B, e a introdução de espécies estrangeiras como possíveis fatores em declínio.



Em reconhecimento de de sua situação, a “Arca de Anfíbios” — uma coalizão de zoológicos, jardins botânicos e aquários — designou 2008 como “O Ano da Rã”. A Arca de Anfíbio está procurando levantar $50-60 milhões como parte de um plano de 5-anos de $400 milhões para o Plano de Ação de Conservação de Anfíbios para estabelecer um programa de cativeiro para reprodução para as 500 espécies mais ameaçadas.

Lips, K.R. et al (2008). Dirigindo a Onda: Reconciliando os Papéis de Doença e Mudança Climática nos Declínios de Anfíbios. PLoS Biologia Vol. 6, No. 3, e72 doi:10.1371/journal.pbio.0060072


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