Reduzir as taxas de desflorestamento em 10% poderia gerar $13B em créditos de carbono sob a REDD
Reduzir as taxas de desflorestamento em 10% poderia gerar $13B em comércio de carbono sob a REDD
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Traduzido por Marcela V.M. Mendes
24/03/2008
Cortar as taxas de desflorestamento global em 10 por cento poderia gerar até $13.5 bilhões em créditos de carbono sob a redução das emissões de carbono do desflorestamento (“REDD”) iniciativa aprovada nas negociações climáticas das Nações Unidas em Bali no último Dezembro, estimam os pesquisadores que escrevem no Transações Filosóficas da Royal Society B. Mas os pesquisadores avisam que ainda há obstáculos substanciais a serem superados antes dos créditos de carbono da conservação das florestas úmidas se tornem realidade.
Revisando o potencial para a REDD, Johannes Ebeling e Mai Yasué advertem que as estratégias para o abrandamento da mudança climática irá enfrentar numerosos desafios, incluindo a superação de dificuldades com a implementação e a pobre administração dos países tropicais; assegurando a permanencia das reduções das emissões; identificando o “vazamento” internacional, por meio do qual a conservação em um país leva ao desflorestamento em outro; estabelecendo linhas-base para determinar as últiams taxas de perda florestal; e fornecer incentivos suficientes para acabar com o desflorestamento. Ebeling e Yasué observam que os mercados de carbono sozinho não irão salvar as florestas — os condutores adjacentoes do desflorestamento e da degradação florestal devem ser identificados. Ainda, os autores são esperançosos de que a REDD “poderia ajudar a alcançar co-benefícios substanciais para a conservação da biodiversidade e para o desenvolvimento humano.”
Cenários para valor potencial no mercado global dos créditos de REDD nos preços variáveis de carbono e de reduções na staxas de desflorestamento. As barras indicam o potencial do valor de mercado global, e as linhas diagonais representam as contribuições dos países da Amazonia. Preço do carbono €/tCO2: barras abertas, €5; barras cinzas, €15 e barras pretas, €30. |
Eles escrevem que a efetividade da REDD irá se articular em “quão bem sucedido um mercado baseado nos mecanismos da REDD podem contribuir para o abrandamento das mudanças climáticas, conservação e desenvolvimento dependerão fortemente de medidades de acompanhamento e incentivos cuidadosamente projetados envolvendo governos, o mundo dos negócios, bem como as comunidades de conservação e desenvolvimento.”
Dado o cenário, Ebeling e Yasué estimam que a REDD na Amazônia — que teve 26 por cento do desflorestamento global e 46 por cento das emissões de carbono relatadas entre 1990 e 2005 — poderia gerar vastas somas para a conservação da floresta.
Para uma redução de 10 por cento nas taxas anuais de desflorestamento, Ebeling e Yasué calculam que os países da floresta amazônica poderiam ver $1-6.2 bilhõesn (€690m-4.2b) em finanças de carbono, dependendo dos preços dos créditos de CO2 (os autores usam uma escala de €5-30 [$7.50-45] por tonelada de CO2). Uma redução de 50 por cento poderia gerar $5.2-31 bilhões (€3.5-20.7b) nas finanças anuais. Globalmente os autores projetam que uma redução de 50 por cento poderia render $11.3-67.5 bilhões (€7-45 bilhões) em comércio de colume de carbono a cada ano.
“Ligar a REDD aos mercados internacionais de carbono poderia criar uma oportunidade real de abordar uma importante fonte de emissões de GHG em custos comparavelmente baixos e poderia superar as restrições de fundos que impediram a conservação da floresta por muitos anos,” eles escrevem. “Enquanto é importante não criar expectativas irreais sobre a REDD, superar os desafios atuais oferece uma oportunidade historica de salvar as florestas tropicais abrandando a mudança climática.”