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Pequenos fogos são uma grande ameaça à biodiversidade da floresta amazônica

Pequenos fogos são uma grande ameaça à biodiversidade da floresta amazônica

Pequenos fogos são uma grande ameaça à biodiversidade da floresta amazônica
Rhett A. Butler, mongabay.com
14/03/2008




Pequenos fogos têm um grande impacto na floresta amazónica, pesquisadores estão relatando na revista Eventos filosóficos da Royal Society B. Os resultados das peaquisas sugerem um futuro terrível para a maior floresta tropical da terra.

Devido às tendências de secas e a fragmentação,
incêndios de superfície são cada vez mais comuns na floresta
amazônica. Normalmente iniciados pelos donos das terras para tirar vassouras
e outra vegetação, os incêndios se espalham para áreas
vizinhas de florestas, queimando folhada e mudas, especialmente em épocas
de seca. A nova pesquisa mostra que estes incêndios, de uma altura até
o joelho, causam mudanças significativas na composição
de espécies florestais.

"Quando uma floresta queima pela primeira vez a altura das chamas raramente
excede 30-40 cm, e o fogo se move lentamente através das folhas secas
no chão", Barlow, o autor principal e pesquisador na Universidade
de Lancaster no Reino Unido e no Museu Paraense Emílio Goeldi no Brasil,
disse à Mongabay.com . "Embora estes incêndios parecem relativamente
inócuos, eles são, na verdade, muito destrutivos porque a maioria
das árvores da floresta têm uma baixa tolerância de calor
e sua lentidão significa que as chamas permanecem por longos períodos
de tempo em contato com as árvores. Como resultado, apesar de fraca intensidade,
estes incêndios matam até 40 por cento das árvores. Elas
também são o primeiro passo no ciclo de retorno positivo, em que
as árvores mortas atuam para abertura do dossel e adicionam combustível
para o chão da floresta, tornando a floresta mais inflamável e
aumentando a gravidade de eventuais incêndios adicionais".


À esquerda, incêndios de baixa intensidade causando abertura
do dossel (foto de Jos Barlow). Para comparação, floresta
primária Amazônica à direita (foto por R. Butler).

Colecionando amostras de florestas que tinham queimadas uma, duas e três
vezes nos últimos 20 anos, Jos Barlow e Carlos A. Peres mostram que incêndios
recorrentes estão conduzindo a uma quase total troca de espécies
arbóreas em regeneração.

"Praticamente nenhuma das espécies pioneiras, que se regeneravam
após incêndios de baixa intensidade, foram capazes de sobreviver
a segunda queima, e as espécies, que foram mais abundantes em florestas
que tinha queimado duas vezes, foram substituídas por um conjunto de
diferentes espécies de crescimento rápido, de florestas que tinham
queimadas três vezes ", explicou. "Parece que cada evento de
incêndio altera o banco de sementes e as condições de regeneração
e conduz a uma cascata em composição de espécies, com florestas
cada vez mais diferentes das florestas primárias ricas em espécies,
que eles eram uma vez."

Os principais modelos de previsão climática estão indicando
temperaturas mais elevadas e menor precipitação para grande parte
da Amazônia até 2050. Po isso essas mudanças deixam prever
um futuro preocupante para a biodiversidade na região.


"O ciclo de retorno positivo, que é iniciado, com a primeira queimada
de uma floresta, é muito mais prejudicial que se pensava, uma vez que
cada fogo adicional provoca uma troca quase completa na composição
de espécies de árvores em regeneração", explicou
Barlow. "Se nossos resultados da Amazônia central brasileira são
típicas para florestas queimadas em toda a Amazônia, consequentemente
os incêndios ligados a uso da terra por humanos e as alterações
climáticas devem ser considerados como as maiores ameaças para
o futuro da integridade do ecossistema amazônico".






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