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Pequenos fazendeiros na Amazônia especialmente vulneráveis às mudanças climáticas

Pequenos fazendeiros na Amazônia especialmente vulneráveis ás mudanças climáticas

Pequenos fazendeiros na Amazônia especialmente vulneráveis às mudanças climáticas
Rhett A. Butler, mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
19/03/2008





Comunicar o impacto da mudança de clima aos pequenos agricultores da Amazônia será a chave para ajudá-los a se adaptar a mais altas temperaturas, secas mais frequentes e mais intensas, e grande incidência de incêndios nas florestas previstos para a região, de acordo com um trabalho publicado em Transações Filosóficas da Royal Society B.



Conduzindo pesquisas no estado do Pará na Amazônia, antropologistas da Universidade de Indiana, Eduardo S. Brondizio e Emilio F. Moran descobriram que pequenos fazendeiros tinham pobres recordações da severa seca induzida pelo el Niño de 1997-1998, o que ajuda a explicar porque nao tinham adaptado seus métodos de cultivo ao crescente risco de seca. Brondizio e Moran atribuem a falta de compreensão á influência da migração e retornos das familias à região.



Desmatamento de pequeno proprietário na Amazônia. Foto por Rhett A. Butler

“Descobrimos que a maioria dos fazendeiros, memórias das secas prolongadas tendem a diminuir significantemente após 3 anos,” escrevem os autores. “Cerca de 50% dos fazendeiros entrevistados em 2002 não se lembravam de quão
significatica foi a seca do El Niño Oscilação do Sul (ENSO) de 1997/1998, uma das mais severas já registradas. Isso ajuda a explicar por que aproximadamente 40% dos fazendeiros nao mudaram seus comportamentos do uso da terra em face ao severo evento ENSO do século vinte.”



Enquanto pequenos fazendeiros estão vulneráveis à seca, enchentes e incêndios acidentais com mudança climática, eles tem vantagens sobre os operadores mecanizados em larga escala quando se fala em adaptação. Considerando que as fazendas de explorações agrícolas industriais estão fechadas em determinadas colheitas e métodos de cultivo por altos custos de estruturas, pequenos fazendeiros podem modificar suas práticas agricolas dentro de um curto período de tempo para adaptar às mudanças. Pequenos fazendeiros ainda nao reconheceram a necessidade de mudar seus comportamentos de uso da terra em resposta às grandes mudanças climáticas na região.



Brondizio e Moran sugerem três passos para ajudar pequenos fazendeiros a se adaptar à mudança climática, incluindo estações mais microméticas para coletar “informações que são localmente relevantes e que podem informar os modelos climáticos e previsões em uma resolução espacial mais fina”; melhor comunicação e alcançar fazendeiros pequenos; e encourajamento de maior participação de organizações de fazendeiros na “produção de informação cientifica e confiável, do que ser tratado apenas como consumidores de tais informações.”



Dadas as restrições de orçamento, os autores propõem um sistema de baixo custo de estações microméticas que poderiam tanto melhorar a coleta das informações e engajar estudantes locais nos processos científicos.


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