Pagamentos de compensação de carbono poderiam bater óleo palma na República Democratica do Congo
Pagamentos de compensação de carbono poderiam bater óleo palma na República
Democratica do Congo
Rhett Butler, mongabay.com
12/03/2008
Uma proposta de pagar a República Democrática do Congo (RDC) para reduzir desmatamento
poderia aumentar em 15 à 50% a importância da ajuda internacional dada atualmente
ao país, atormentado por gerras civís, relata um novo estudo publicado por cientistas
do Centro de Pesquisas Woods Hole (WHRC). Os fundos ajudariam a aliviar a pobreza
rural, no mesmo tempo cortando as emissões de gases com efeito estufa e proteger
a biodiversidade ameaçada.
Os autores, liderados por WHRC cientista Nadine Laporte, estimam que uma redução
de 50 por cento das emissões de carbono a partir da redução do desmatamento
na RDC, seria necessária um preço médio de carbono de US$ 19 à 65 por tonelada
e geraria US$ 120-400 milhões por ano durante dez anos, para as famílias rurais.
O carbono atualmente é comercializado em mais de US$ 90 para créditos certificados
de redução de emissões ($ 25 por tonelada de dióxido de carbono) na Europa.
O relatório, com titulo "A redução das emissões de CO2 a partir de redução
de desmatamento e degradação das florestas da República Democrática do Congo",
constata que a maioria dos desmatamentos na RDC é impulsionado por pequenas
agriculturas tipo corta-e-queima, uma atividade que gera baixos benefícios económicos.
No entanto, no futuro, com a ordem retornando ao país, a exploração madeireira
e conversão florestal para plantações de óleo de palma vão acelerar. Uma recente
análise do WHRC estimou que 61% da floresta tropical da RDC é adequado para
a produção de óleo palma. As informações dizem que em outubro de 2007, uma empresa
chinesa assinou um contrato bilhonário para desenvolver mais de 3 milhões de
hectares de plantações de óleo de palma na RDC. Os autores afirmam que o negócio
fornece um sinal de preços para comparar preços dos produtos do óleo de palma
com os créditos de carbono. Se o preço de carbono for acima de US$ 3,33 por
tonelada, ele compensaria o custo de oportunidade de conversão de floresta para
plantação de óleo de palma.
Distribuição do desmatamento e concessões mineiras (inserção-no topo-esquerda) |
Os autores afirmam que um mecanismo para carbono com base no mercado, atualmente
em discussão na reunião da ONU sobre clima em Bali, poderia permitir a diversificação
económica sustentável para a RDC, colocando um valor nos serviços de ecossistema
de florestas conservadas.
"A RDC está equiolibrada para entrar numa era de estabilidade e de desenvolvimento
económico", escrevem os autores. "Tal como acontece com outros países
com grandes empreendimentos florestais e baixo desmatamento, este desenvolvimento
económico colocará em risco os grandes estoques de carbono. É importante que
estes países acessam financiamentos de carbono que diferenciam o carbono entre
estoque e fluxos e estima exatamente os custos de oportunidade de reduzir desmatamento
".
"A RDC pode eventualmente vender no mercado uma gama de produtos de carbono
diferenciados, que incluem carbono em áreas protegidas, carbono em concessões
de extração e de carbono em terras particulares e de comunidades. Os primeiros
dois representam a manutenção dos estoques de carbono em alguma forma de "evitar
desmatamento" e o terceiro "reduziria o desmatamento". Como mercadorias
essencialmente diferentes, podem ter preços diferentes. "
Laporte, N. et al (2007). Reduzindo
emissões de CO2 de desmatamentos e degradação de florestas na República Democratica
do Congo [PDF]. Apresentado pelo Centro de Pesquisas de Woods Hole na convenção
de condições gerais das Nações Unidas sobre as alterações climáticas (UNFCCC),
onferência das Partes (COP), Décima terceira sessão 3-14 Dezembro 2007, em Bali,
na Indonésia.
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