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Os negócios madeireiros da Guiana agem a favor de seus melhores interesses?

Os negócios madeireiros da Guiana agem a favor de seus melhores interesses?

Os negócios madeireiros da Guiana agem a favor de seus melhores interesses?
Rhett A. Butler, mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
19/03/2008





Em janeiro a Guiana premiou a uma companhia madeireira dos Estados Unidos Simon & Shock International uma concessão de 400.000-hectare (988,400-acre) para extração de madeira perto da fronteira com o Brasil.



Aprovações finais da conclusão de uma pesquisa sobre impacto ambiental e um inventário de árvore. Enquanto While Simon & Shock International diz planeja realizar extração seletiva de madeira, a firma não anunciou quando vai procurar a Certificação do Conselho Florestal Stewardship, uma marca para a madeira extraída de maneira responsável.



Até agora é incerto o quanto a Guiana verá desse projeto florestal de extração de madeira. Relatórios iniciais indicaram que a Simon & Shock International investiria $26 milhões para desenvolver a concessão, ou cerca de $65 por hectare, mas estes são simplesmete os custos da firma para a avaliação, construindo infraestrutura para extração de madeira como estradas e serrações, impostos do governo e taxas, e contratação de funcionários. Outra orientação pode vir de um negócio adiantado assinado entre a Conservação Internacional (CI) e o governo da Guiana para para arrendar os direitos da madeira em 80.000 hectares de floresta úmida junto com o Rio Essequibo. Sob esse acordo de 2003, o governo coletou $41.000 em “taxas” ($0.52 por hectare) enquanto a CI liberou $46.000 por um inventário de madeira e $30.000 para treinamento de guardas florestais e $10.000 anualmente para o desenvolvimento de projetos de comunidade, de acordo com uma análise publicada por Katherine Ellison no Arrendando a Biodiversidade. Depois de tudo, o negócio da CI valeu cerca de $200.000 ou $2.50 por hectare.



Esses números sugere que a extração de madeira na Guiana vale entre $2.50 e $65 por hectare, embora $65 sejam generosos já que supõe-se que todos os investimentos da Simon & Shock International permanecem no país através de compras de equipamento, empregos, e impostos — um cenário improvável.



Quais são as outras opções da Guiana?


No momento são poucas — A Guiana é o segundo país mais pobre da América do Sul. Para alguns, a melhor opção parece estar pavimentando a estrada Georgetown-Lethem para a cidade brasileira de Boa Vista, um desenvolvimento que poderia potencialmente tornar as florestas da Guiana em um vasto mar de plantações de cana de açúcar para suprir a demanda do mercado por biocombustíveis. O desenvolvimento das plantações poderiam estimular mais estradas que poderiam abrir o interior intocado da Guiana para a extração de madeira e mineração — que poderiam com certeza beneficiar alguns elementos da economia do país.



Ao mesmo tempo, desmatando as densas florestas ricas em carbono da Guiana iria liberar centenas de milhões de toneladas de carbono para dentro da atmosfera, contribuindo para o aumento do efeito estufa que está esquentando o planeta. E mais, indústrias extratoras como as madeireiras e as mineradoras são raramente propricias e nem criam uma economia mais igualitária. Com a violência sendo uma preocupação da Guiana (duas amtanças em massa somente nesse mês), pareceria improvável que uma estratificação de classe se beneficiaria na Guiana. Finalmente, extraindo madeira em suas florestas, a Guiana abandonaria a possibilidade futura de coletar pagamentos dos serviços do ecossistema e desenvolver o ecotourismo e outras atividades economicas sustentáveis.



Há alguma alternativa que pode melhorar o lote para a média guianesa? Pode haver. No último outono o presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, apontou o potencial do país de usar suas florestas como um compensador gigante de carbono em relação a mudança climática. Enquanto ele tem ainda que ver todos os compradores, a emergência do REDD (Redução de emissões do desflorestamento e degradação) como um mecanismo reconhecido para brigrar contra a mudança climática nas negociações sobre o clima em Dezembro em Bali, significa que as compensações de carbono podem bem ter um importante papel no futuro economico da Guiana.



Como isso funcionaria?



Por que a Guiana tem uma baixa taxa de desflorestamento, ela é um exemplo atípico de um país que se qualificaria para o REDD. Mas como as florestas tem sido concedidas para a extração de madeira, essas terras podem ser candidatas para a compensação como projetos do REDD. Tomando a concessão da empresa Simon & Shock International como exemplo, poderiam tornar o caso de que REDD poderia oferecer retornos competitivos relativos á extração de madeira. Aqui temos um ponto a se pensar.



Retornos da extração de madeira



Os planos da Simon & Shock International de extrair 400.000 hectares em um periodo de 30 anos, ou aproximadamente 13.333 hectares por ano supondo uma única colheitat (colheitas multiplas são prováveis, aumentando a area média colhida anualmente). Baseado no estudo do caso da CI, o governo da Guiana pode esperar ver irrisórios $6500 por anos em taxas de concessões (certamente mais viriam de impostos no processamento da madeira e exportações). Usando as estimativas das regiões adjacentes na bacia amazônica, a Simon & Shock International poderia esperar ver rendimentos entre $300-1000 por hectare, ou $4-$13.3 milhões por ano.



Retornos do carbono



Mapa da biomassa viva da superfície (AGLB) de florestas de velho crescimento da terra firme derivadas da regra de decisão de classificação e multiplas camadas de sensor remoto de detecção. © Sassan Saatchi et al (2007) Global Change Biology.

As florestas da Guiana são uma densa área particular de carbono. Os dados de detecção de Caltech, Instituto Woods Hole, e INPE do Brasil sugere que as florestas da Guiana estoquem de 250 a mais de 400 toneladas de carbono na biomassa viva na superficie por hectare. Madeiras seletivamente extraidas da floresta sequestram significantemente menos — na ordem de 50 por cento a quantidade de carbono estocado na floresta intacta, de acordo com Lasco 2005.



Conservativamente supondo que a extração seletiva da empresa Simon & Shock International reduza o estoque de carbono de 250 toneladas por hectare para 150 toneladas por hectare, colhendo 13.333 hectares por ano liberaria 1.3 milhões de toneladas de carbono, cerca de 4.9 milhões de dióxido de carbono por ano. Se essas emissões forem evitadas — sob um cenário por meio do qual a concessão qualifique como um projeto REDD, por exemplo — a Guiana estaria apta a ver esses créditos no mercado internacional de carbono. Embora o mercado ainda não exista em uma capacidade oficial, um acordo assinado no mês passado em Aceh, Indonésia estabeleceu um preço-base para tais créditos de cerca de $3.00 por tonelda de CO2 ($11 por tonelada de carbono), um preço que irá provavelmente aumentar a alta qualidade dos projetos do REDD . Como tal, a concessão veria $14.3 milhões em rendimento anual da venda de créditos de carbono. Após a implementação e custos operacionais, até mesmo um índice de imposto governamental excederia facilmente $6500 considerados da extração de madeira.



Conclusion: REDD is a viable economic alternative to logging



Esses cálculos rápidos sugerem que sob um regime de qualificação REDD, preservar as florestas pelos creditos do carbono ofereceria a Guiana retornos economicos favoráveis relativos à extração de madeira. E mais, manter a cobertura florestal dá a Guiana opções, incluindo a possibilidade de desenvolvimento sustentável das florestas (ecotourismo, produtos florestais não produzidos da madeira) e aproveitar dos serviços do ecossistema conforme eles se desenvolvem. REDD pode provar ser um sábio destino para a Guiana.


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