Notícias ambientais

O desflorestamento tropical está mesmo ocorrendo?

Os dados sobre o desflorestamento global são profundamente equivocados

O desflorestamento tropical está mesmo ocorrendo?
Rhett A. Butler, mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
26/03/2008



Novas avaliações sugerem que os dados globais sobre o desflorestamento vindos das Nações Unidas estão equivocados e sem melhor monitaramento é impossível saber se a cobertura florestal nos trópicos está expandindo ou declinando.




As informações das Nações Unidas sobre o desflorestamento tropical não mostram um declínio na cobertura florestal na última geração, relata um novo estudo publicado no Procedimentos da Academia Nacional de Ciências (PNAS).



Examinando “todas as informações disponíveis” sobre deflorestamento publicado pela Organização de Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO), Dr Alan Grainger, um pesquisador da Universidade de Leeds no Reino Unido, encontrou sérios equívocos resultando das agregações das figuras auto relatadas da floresta de estados individuais.



“Os erros e inconsistências que eu descobri nas informações de área levantam perguntas demais para fornecer sustentação convincente para as fotos aceitáveis do declínio da floresta tropical nos ultimos 40 anos,” disse Grainger. “Os cientistas ao redor do mundo todo que usaram essas informações para fazer previsões das extinções das especies e o papel das florestas na mudança global do clima acharão útil revisar seus resultados à vista do meu estudo.”



Desflorestamento no Peru

Grainger diz que quando o desflorestamento está ocorrendo em algumas áreas, indo pelas figuras da FAO, não hpa evidência de um declínio em rede na cobertura da floresta tropical. Ele cita dois relatos das Nações Unidas como exemplo. Avaliações de Recursos Globais de Florestas da FAO de 2000 mostrou que todas as áreas florestais tropicais cairam de 1.926 milhões de hectares para 1.799 milhões de hectares entre 1990 e 2000, mas dez anos antes um relatório de previsão da FAO indicou que a area florestal tropical caiu de 1.910 milhão de hectares para 1.756 milhão de hectares para os mesmos 90 países entre 1980 e 1990.



“Devido às correções dos estudos anteriores, a tendência em 1990 era a mesma das dos anos 80,” disse Dr Grainger. “Os erros envolvidos ao fazer as estimativas para as áreas florestais poderiam ser facilmente da mesma ordem da área florestal relatada como desmatada nos prévios 10 anos. Mesmo que você tome um enorme cuidado, e a Fao o faz, eu argumento que grandes erros são invevitáveis se você produz estimativas globais agregando estatísticas nacionais de muitos países. Isso tem implicações importantes para muitos cientistas que confiam nas informações da FAO.”



Informações das Nações Unidas

Próprias estimativas de Grainger baseadas em uma série de informações diferentes para as florestas úmidas tropicais, excluindo florestas tropicais secas, sugere que a cobertura da floresta úmida em 63 países na verdade aumentaram 9 por cento de 1.081 milhão de hectares em 1980 para 1.181 milhão de hectares em 2000. Ele disse que a mudança observada poderia resultar em parte das tecnologias de satelite melhoradas, as quais medem mais precisamente a extensão da floresta.



“Nós esperaríamos ver algum aumento nas estimativas conforme usemos sensores de satélite mais precisos,” ele explicou. “Isso é até mesmo aparente nas informações da FAO. É dito qe apenas nos ultimos 10 anos nós começamos a fazer uso total da tecnologia de satélite ao nosso dispor.”



Ainda diz Grainger que a regeneração natural da floresta está ocorrendo em alguns países, como Gambia e Vietnã. Estudos anteriores projetaram a recuperação da floresta onde populações rurais estão abandonando o interior pelas cidades. Não obstante alguns biólogos argumentaram que regenerar florestas não pode compensar as perdas da biodiversidade associadas com a conversão de florestas primárias em florestas degradadas. Um número de estudos tem mostrado que florestas onde foram extraídas madeira e florestas em recuperação estão biologicamente empobrecidas relativas ao velho crescimento da floresta.



para endereçar as informações inconsistentes das Nações Unidas, Grainger urge o estabelecimento de um Observatório Florestal Mundial para monitorar as mudanças na cobertura florestal.



U.N. data

“O que está acontecendo com as florestas tropicais é tão importante, tanto para as pessoas dos países tropicais como para as tendências mundiais da biodiversidade e mudanças climáticas globais, que nós não podemos mais adiar o investimento em um programa científico independente de monitoração que pode combinar informações de satelite e terrestres para fornecer uma figura mais confiável,” disse ele.



“Um Observatório Florestal Mundial juntaria equipes de pesquisas da Europa, dos Estados Unidos e de onde mais pudesse vir e assegurar que eles estão apropriadamente bem baseados para continuar a traçar a floresta tropical pelo menos a cada cinco anos. Poderia também empreender um projeto maciço para analisar todos os satélites disponiveis e outros dados do passado e reconstruir a tendencia da área de floresta tropical desde 1970. Apenas assim nós saberíamos o que realmente aconteceu às florestas tropicais nos últimos 40 anos.”



Exit mobile version