Comércio de carbono poderia proteger as florestas e reduzir a pobreza rural

Comércio de carbono poderia proteger as florestas e reduzir a pobreza rural

Comércio de carbono poderia proteger as florestas e reduzir a pobreza rural

O comércio de carbono de créditos de desmatamento evitado (REDD) poderia produzir
bilhões de dólares para países tropicais, de acordo com uma análise de mongabay.com,
uma das primeiras web site das florestas tropicais.

Usando estimativas conservadoras sobre armazenamento de carbono em florestas
tropicais, para 63 países, mongabay.com estima que a redução de desmatamento
em 10% geraria entre US$ 767 milhões e US$ 4,6 bilhões por ano com os preços
de carbono variando de US$ 5 à 30 por tonelada de CO2[tCO2e]. Em comparação,
o mercado da UE ETS (Esquema da União Européia de comércio de Emissões) para
créditos de carbono encontra-se atualmente em torno de US$ 32/tCO2e. Uma redução
em 20% geraria US$ 1,5 a 9,2 bilhões, enquanto uma redução de 50% dará US $
3,8 a 23 bilhões anuais. Os números mostram que produtos de créditos de carbono
do REDD são gigantescos comparados com os US $ 1,1 bilhões em financiamento
internacional para a silvicultura, gastos anualmente durante a última década.
Os países em desenvolvimento poderiam oferecer uma forma de diversificar os
rendimentos do setor florestal e ao mesmo tempo salvaguardar serviços importantes
nos ecossistemas – como proteção de bacias hidrográficas e conservação da biodiversidade
– e valores opcionais nas florestas.

"Conservacionistas têm lutado muito para encontrar uma forma de financiar
proteção florestal. Agora REDD oferece a possibilidade de tornar a conservação
da floresta rentável", disse A. Rhett Butler, fundador e editor da mongabay.com.
"A chave para seguir em frente será garantir
que comunidades florestais e populações rurais ver os benefícios de REDD..
Sem abordar os condutores subjacentes do desmatamento – a pobreza rural e, cada
vez mais, os agentes industriais – REDD será DEAD (morto) na floresta."

Butler diz ainda que os ganhos financeiros potenciais
do REDD são imensos – provavelmente bem acima das projeções.

Chart for 63 tropical countries

"Os números utilizados nestes cálculos são bastante conservadores, especialmente
em termos de carbono armazenado na biomassa florestal. Por exemplo, os números
das Nações Unidas para a Indonésia – 80 toneladas de carbono por hectare – são
apenas uma fração do que é visto em turfeiras e florestas tropicais — acima
de 300 t / ha. Indonésia poderia ver vários bilhões de dólares por ano a partir
do REDD. "

Os cálculos utilizam uma média anual de taxas de desmatamento 1990-2005 como
base e assumem que 50% da biomassa acima do solo é perdida por desmatamento.
Dados carbono na floresta provém da Organização das Nações Unidas para a Agricultura
e a Alimentação (FAO). A economia efetiva de carbono através da redução do desmatamento
é provavelmente bem mais elevada, levando possivelmente à um aumento de crédito
de carbono. Os cálculos excluem países ricos em mata – para os quais dados da
FAO não existem ou são incompletos, incluindo a Guiana, Suriname e Belize. Juntando
esses países nos cálculos as previsões de ganhos pelo REDD teriam impulso ainda
maior.

As projeções atualizadas vêm menos que um mês após a assinatura
do primeiro negócio de REDD na província Aceh na Indonésia. O projeto –
apoiado pelo Governo de Aceh, Fauna e Flora International (FFI) e Conservação
de Carbono – protegerá os 1,9 milhões de hectares da floresta Ulu Masen, uma
parte de floresta tropical hábitat do elefante de Sumatra, do leopardo das nuvens,
do tigre de Sumatra, e dos orangotango de Sumatra. Prevenindo extração de madeira
e conversão das florestas de Ulu Masen para plantios de óleo de palma, planejadores
esperamuma redução das emissões de dióxido de carbono em 100 milhões de toneladas
em 30 anos. O rendimento – sob forma de créditos de carbono – ajudará a financiar
projetos de saúde e educação da comunidade local.

Butler diz que REDD pode oferecer retornos
econômicos atraentes comparados à exploração
de madeira e uso agrícola convencional
de terras florestais, especialmente para as comunidades rurais, que muitas vezes
não participam nos benefícios do desenvolvimento
industrial das florestas tropicais.

"Baseado no trabalho de Dan Nepstad, no Instituto de Pesquisa Woods Hole,
estamos falando de pontos de equlíbrio econômico de US$
3 por tonelada de carbono para a renúncia de desenvolvimento da maioria
das florestas da Amazônia. A Pecuária, de longe o principal motor do desmatamento
na Amazônia brasileira – ofereceu muito menos do que isso numa base histórica
", disse Butler. "Na Indonésia, um estudo realizado pelo World Agroforestry
Centre (ICRAF) e o Centro Internacional de Pesquisa Florestal (CIFOR) mostrou
que a Indonésia neste momento está vendo
benefícios de US$ 0,34 por tonelada de CO2 – principalmente da agricultura.
Para a comparação: os preços de carbono da UE estão atualmente acima de US $
32 por tonelada. "

"Esses estudos mostram que, além de fazer sentido de uma perspectiva de
conservação, REDD poderia ser uma forma economicamente viável de uso da terra
para algumas das populações mais desfavorecidas do mundo."


P

Valor potential de mercado do REDD em 63 países tropicais [gráfico
expandido]