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A melhor maneira de reduzir a floresta Amazônica?

A melhor maneira de reduzir a floresta Amazônica?

A melhor maneira de reduzir a floresta Amazônica?

Rhett Butler, mongabay.com

12/03/2008






Um novo estudo sugere que o desmatamento que segue um padrão "espinha
de peixe" pode ser menos prejudicial do ponto de vista ambiental do que
o corte raso contiguo. O motivo? O desmatamento padrão "espinha
de peixe" pode criar condições que aumentam os níveis
de precipitação, que ajudam para que a vegetação
nas áreas desmatadas se recupere mais rapidamente.

A pesquisa, que será apresentada esta semana por Somnath Baidya Roy,
professor de ciências atmosféricas da Universidade de Illinois
em Urbana-Champaign, na reunião anual da União Geofísica
Americana, em San Francisco, é baseada na análise do desmatamento
em Rondônia, um estado no Brasil onde a "criação de
projetos de desenvolvimento rural tem resultado na construção
de redes rodoviárias ortogonais". O desmatamento, que normalmente
segue a construção de estradas e rodovias, tem se desenvolvido
num padrão "espinha de peixe" (veja imagem abaixo).

"As pessoas ligam frequentemente desmatamento de florestas tropicais à
desmatamento continuo de corte raso", disse Roy. "Modelos de clima
mostram que cortes rasos em grande escala numa bacia inteira, resultarão
em diminuição de chuva e levarão a paisagem mais seca e
mais árida. No caso de padrão "espinha de peixe", o
desmatamento é isolado em segmentos da paisagem e os nossos modelos de
clima indicam que este padrão resulta num aumento da precipitação
nestas regiões desflorestadas. "

Roy ainda tem que determinar se houve mudanças no montante global de
precipitação, mas ele já tem encontrado provas de que a
precipitação foi redistribuído.



"Roy atribui essa redistribuição com "brisas de vegetação",
que são semelhantes as brisas de lagos e do mar ", ele explicou
numa declaração da Universidade de Illinois. "Uma área
desmatada é mais quente que as florestas vizinhas. Ar quente é
leve e sobe, criando uma zona de baixa pressão no local. Ar frio então
corre para preencher este vazio. Devido a essa convergência, mais nuvens
tipo cumulus e chuva ocorrem na área desmatada".

Roy cita estudos recentes que mostram que desmatamento tipo "espinha de
peixe" pode resultar em até 15 milímetros mais chuva em pastagens,
um aumento que estimula o crescimento vegetativo nestas áreas.



"É muito contra-senso que, nestes casos, o desmatamento tipo "espinha
de peixe" resulta num ciclo de retorno negativo", disse Roy. "É
negativo porque acelera a recuperação da vegetação
e, portanto, compensa os efeitos do desmatamento."

No total o Brasil tem perdido uns 650.000 quilômetros quadrados (250.000
milhas quadradas) ou 18 por cento da floresta amazónica desde o início
dos anos 1970. A maior parte foi resultado de desmatamentos para pastagens de
gado, agricultura, desenvolvimento de infra-estruturas e iniciativas de assentamentos.
O desmatamento para pastagens é responsável por aproximadamente
60 à 67% do desmatamento da Amazônia.

 



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