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55% da Amazônia pode ser perdida até o ano de 2030

55% da Amazônia pode ser perdida até o ano de 2030

55% da Amazônia pode ser perdida até o ano de 2030
Mas as iniciativas para conservação em relação ao carbono poderiam diminuir o desflorestamento
Rhett A. Butler, mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
24/03/2008





Fazendas de gado, fazendas industriais de soja, e madeireiras são três das atividades líderes em conduzir ao desflorestamento na Amazônia Brasileira. Conforme os preços dos produtos continuam a aumentar, conduzidos pelo surgimento da demanda por biocombustíveis e grãos para a produção de carne, os incentivos economicos para desenvolver a Amazônia aumentam. Sendo o maior exportador de carne e o segundo maior produtor de soja — com a maior expansão de terras “não desenvolvidas” mas aráveis do que qualquer outro país — o Brasil está a caminho de competir com os Estados Unidos pelo superpoder agrícola do mundo. A tendência em direção a tornar a Amazônia em uma grande pastagem parece inevitável.



Não obstante a decisão das Nações Unidas sobre o clima em Bali de incluir a “Redução das Emissões do Desflorestamento e Degradação” (REDD) negociações futuras sobre tratados do clima podem apropriar esse destino. O mecanismo poderia levar à transferência de bilhões de dólares — na forma de créditos de carbono — de países industrializados para países tropicais com o propósito de diminuir as emissões de gases de efeito estufa reduzindo as taxas de desflorestamento. O desflorestamento atualmente explica aproximadamente 20 por ecnto de emissões antropogências no mundo inteiro.



A Amazônia brasileira em 2030, mostrando os danos da seca, extração de madeira, e florestas desmatadas. Este mapa supõe que
as taxas de desflorestamento de 1997 a 2003 continuam no futuro, e que as condições climáticas dos ultimos 10 anos serão repetidas no futuro. De Soares-Filho et al. 2006, Nepstad et al. 2004, 2007, Nepstad e Stickler na imprensa, Merry et al. em revisão. (Veja Material Suplementar Online para a descrição dos métodos em http://whrc.org/Brazilcarbonsupplement

Em Janeiro de 2008 em conversa com mongabay.com, Dr. Daniel Nepstad, um cientista do Instituto de Pesquisas Woods Hole, discutiu as implicações do desenvolvimento do REDD na Amazônia. Nepstad disse que enquanto parece ser inevitável que muito da Amazônia será arada para pastagens de gado e fazendas industriais de soja, a gerência cuidadosa da transformação economica que ocorre na região, combinada com a compensação do REDD, poderia a um cenário de zero por cento de desflorestamento na Amazônia. Ainda, Nepstad advertiu que mudanças em larga escala que estão ocorrendo na região — principalmente do desflorestamento, madeireiras, queimadas e seca — poderiam predizer um futuro dificil para a Floresta Amazônica. Novos modelos, a serem publicados no próximo mês no jornal Transações Filosóficas, indicam que uns 55 por cento da Amazônia será ou desmatada ou danificada até 2030, sem ser por causa da mudança climática, que é esperada aquecer e secar partes da região. Atualmente menos de 20 por cento da Amazônia foi devastada.




ENTREVISTA COM DANIEL NEPSTAD


Mongabay: Em termos do REDD, quais são seus pensamentos sobre o que foi conquistado nas negociações das Nações Unidas sobre mudança climática em Bali?



Nepstad: Bali estabeleceu um trajeto claro em relação ao REDD. Enquanto há um número impressionante de detalhes que precisam ser trabalahados, os créditos de carbono através do REDD proverão um grande incentivo econômico para deixar as florestas sobreviverem.



Um entrevista com Dr. Daniel Nepstad:
Floresta Amazônica como um ponto crítico
Mas a globalização poderia ajudar a salvá-la



Apesar de sua escala — a bacia cobre 40 por cento da América do Sul — a Amazonia é também um dos ecossistemas mais rápidos em mudanças, largamente como um resultado das atividades humanas, incluindo desflorestamento, incêndios florestais, e, de forma crescente, a mudança climática. Poucas pessoas entendem esses impactos melhor que Dr. Daniel Nepstad, um dos primeiros peritos do mundo na Floresta Amazônica. Agora líder do Centro de Pesquisa Woods Hole do programa Amazonia em Belém, Brasil, Nepstad passou mais de 23 anos na Amazônia, estudando assuntos desde incêndios florestais até políticas de gerenciamento da floresta para o desenvolvimento sustentável.

Umas das iniciativas chaves é a Facilidade de Parceria de Carbono da Floresta do Banco Mundial. Em pouco tempo nós teremos alguns países tropicais correndo em serviço com sua própria política nacional ou subnacional do REDD.



O Banco Nacional não tem sido historicamente muito bom em projetar processos que engajam multiplos interessados de forma significativa, mas a liderança desse programa é muito comprometido com isso. Apesar dos protestos e críticas em Bali, o envolvimento do Banco Mundial é encorajador.



Mongabay: Quais grupos estavam protestando contra o REDD?



Nepstad: Os grupos mais preocupados com o REDD são os povos da floresta. Eles estão preocupados que os recursos naturais da floresta sejam retirados deles através das iniciativas do REDD e mais especificamente, através do Banco Mundial. Muitos desses grupos tem golpeado o banco por muitos anos. Eu corto meus dentes em Washington como parte da campanha multilateral de desenvolvimento do banco está expondo algumas das políticas dos pobres esmpréstimos do Banco Mundial, mas eu acho que no momento nós temos que tentar fazer a iniciativa do banco funcionar.



Mongabay: Houve alguma outra controvérsia do Banco Central a respeito dos empréstimos de uma Corporação de Finanças Internacional na Amazônia, correto?



Nepstad: Sim. A ironia é que ao mesmo tempo o Banco Mundial estava lançando a Facilidade de Parceria de Carbono na Floresta, a Corporação de Finanças Internacional [uma agência do Banco Mundial] estava fazendo um empréstimo para o planta de empacotamento de carnes de Bertin na Amazônia brasileira. O empréstimo diz que aponta uma fonte sustentável para a carne para uma facilidade de abatimento ecológico em Marabá no estado do Pará.



O que incomoda os protestantes foi a idéia que a mesma instrução estaria acelerando o desflorestamento expandindo a capacidade de processar a carne na região amazônica enquanto cria esse mecanismo para compensar as nações por reduzir suas emissões. Nossos próprios sentimentos em relação a isso é que chega um ponto onde temos que reconhecer que a região está sob uma transformação econômica e se pudermos encontrar uma alavanca poderosa para compreender como esta transformação acontece — colocando um prêmio sobre as práticas legais do uso da terra, desflorestamento legal, a eliminação gradual do uso do fogo — nós devemos usá-la. Pra mim isso ultrapassa as consequências negativas de estabelecer uma aumentada capacidade na região. Em outras palavras, eu realmente acredito que há muitos fazendeiros de gado responsáveis e fazendeiros de soja na Amazônia que estão esperando por algum tipo de reconhecimento através de incentivos positivos. O incentivo poderia ser uma pequena marca — literalmente alguns centavos a cada libra de carne vendida — mas isso enviaria um sinal as esses fazendeiros que se eles querem participar da nova economia da carne, eles devem tem sua reserva florestal legal para ser recompensado por isso, manter ou estar envolvido no processo de restauraçã das zonas ribeirinhas das florestas, controlar a erosão, e retirar suas vacas das margens dos córregos e colocar para elas tanques artificias de água. Há uma escala inteira de coisas positivas que podem acontecer uma vez que os fazendeiros de gado vejam que se eles fizerem as coisas certas eles serão recompensados. Isso significa que conforme o Brasil segue em direção à liderança mundial de exportadores de carne — com tremendo potencial para expandir — nós temos uma maneira de modelar essa expansão conforme ela acontece para reduzir os impactos ecológicos negativos.



Influencia dos preços da soja (CPI-ajustada) no desflorestamento da Amazônia Brasileira. Todas as figuras em hectares (2.47 acres). Clique para aumentar




Influencia nos preços dos gados vivos (CPI-ajustado, 12-meses de média) no desflorestamento na Amazonia brasileira. Enquanto quase dois terços dos desmatamento na Amazonia pode ser atribuido à conversão para pastos de gado, o desflorestamento nos estado de Mato Grosso e Pará tem mostrado uma unica correlação dos preços do gado nos anos recentes. Isso poderia ser devido, em parte, ao uso de pasto para gado para especuladores de terra (os preços da terra estão subindo mais rapido que o valor do gado) e como um escudo contra a inflação e a oscilação atual. Todas as figuras em hectares (2.47 acres). Clique para ampliar



Mais gráficos Incêndios na Amazônia em 2007, entre os piores de todos

Em outras palavras conforme os preços da carne sobem, o rebanho de gado da Amazonia rapidamente se expande. Nós não vemos as facilidades da industria de carne como como fator limitador. Nós achamos que o capital para construir novos frigoríficos é abundante. Nós vimos J&F Participações SA adiquirir o frigorífico da Swift ano passado, criando uma facilidade de abatimento que encontra os padões internacionais. Há uma liquidez notável nos mercados mundiais para fazer dinheiro sem o uso da terra. Nós acreditamos que os aspectos positivos desse investimento ultrapassam em muito os aspectos negativos. Pode haver um empurrão a curto prazo no novo desmatamento para pastafens para gado, mas muito rapidamente em seguida haverá a menssagem de que voce só pode entra nesse sistema se você está jogando de acordo com as regras e agindo dentro da legalidade. Isso para nós é o que é primordial agora.


De acordo com a nossa visão, algumas coisa precisam acontecer. Primeiro, precisa-se ter um forte mercado baseado em incentivos para que se cumpram as leis ambientais e que se faça melhor gerenciamento das práticas da terra. Em segundo lugar, grandes áreas da floresta sobre solos que não são mais apropriados para fazendas de gado precisam ser colocados em proteção. Um dos nossos relatórios liberados em Bali apresenta o primeiro mapa para o potencial do processo, estimando o valor presente líquido de cada parcela da floresta da Amazônia. As margens de lucro para fazendas são pequenas na maioria da Amazonia e fazendas não são uma boa maneira de usar aqueles solos e florestas. Isso conecta a terceira coisa importante que precisa acontecer. Essas são maneiras intensificantes de crescer e produzir gado que não haverá necessidade de desmatar novas terras. Nós estamos agora vendo alguns sistemas que tem seis cabeças de gado por hectare por ano ao contrário de 0.8 que é a média da região. Então estamos pegando um aumento de 8 dobras na intensidade de pasto que permite que o rebanho se expanda sem conduzir a futuro desflorestamento. Estamos nos direcionando a uma das eras de carnes mais caras, grandes restrições no corte da floresta na Amazonia em áreas protegidas e grande instesificação. O gado basicamente se expande junto com a agroindustria e a produção de grãos. O gado tem de estar bem próximo da soja, milho ou cana de açucar.



Mongabay: Os créditos de carbono do REDD bateriam os retornos da fazendas de gado?



Nepstad: Uma grande questão é, “Quem qualificaria?” Se nós pressupormos que os donos de terras se qualificariam para a compensação pela oportunidade de custo de manter suas florestas e não montar as fazendas, é uma área razoavelmente pequena da floresta. Nós achamos que fazendeiros deveriam ser recompensado pelos custos de oportunidade de preservar a floresta em suas terras como estipulado pela lei brasileira [latifundiários devem manter 50-80 por cento de suas terras florestadas]. No entanto, esses latifundiários deveriam também ser pagos por manter as florestas em quantidade superior a exigida legalmente. Pensamos que é muito importante o fato de que qualquer floresta mantidas em propriedades privadas deveriam receber algum tipo de compensação. Essa idéia foi muito bem recebida em Bali quando apresentamos esse trabalho em varias reuniões. Tivemos uma reunião com o governador Maggi [governador do estado brasileiro de Mato Grosso] e alguns líderes da soja, cana de açucar, industrias de carne de Mato Grosso. Suas primeiras perguntas foram quando os latifundiarios poderiam procurar pelos creditos de carbono como compensação pelo preço do cumprimento da legislação brasileira. Se essa opção é mantida em vigor então eles sçao grandes aliados para fazer o desflorestamento chegar a taxa zero. Se eles não virem isso lá, eles poderiam se tornar oponentes do REDD.



Mongabay: Como você mede o potencial do REDD em comparação a outras formas de usos de terras?



Custo marginal de oportunidade de reduções em emissões de carbono para a Amazônia brasileira. Esse gráfico traça o custo oportunidade por tonelada de carbono, como descrito na Figura 7, das reduções de emissões mais baratas às mais caras. Noventa por cento do custos de oportunidade são menores que $5 e 94% são menores que $10. O custo de oportunidade total para manter a floresta inteira é de $257 bilhões (se pago todo de uma vez em dólares em 2007) para 47 B toneladas de C; o custo de compensar
94% das florestas mais “baratas” é $115 bilhões, com estoques de carbono de 44 bilhões de toneladas.

Nepstad: Nós desenvolvemos uma curva de suprimento de carbono olhando o presente valor líquido (NPV) de soja e gado para cada parcela florestada da Amazônia.



Olhando as mais baixas terras de NPV — aquelas com baixo lucro devido ao pobre acesso aos mercados, solos inapropriados, e alto conteúdo de carbono — REDD pode compensar as fazendas por um preço de $1-2 por tonelada de carbono — inacreditavelmente barato. Cerca de 94 por cento da Amazônia poderia ser compensada em menos de $10 por toneladas de carbono e 90 por cento por menos de $5 por tonelada de carbono. Então realmente são os 10 por cento da floresta que estão sob solos muito propícios para cultivo de soja que conduzem o preço, de outra forma REDD permanece bem barato.



Para tanto nós temos muitos modelos que interagem. Um é um modelo espacial de custos de transportes para cultivo de soja que calcula cada pedaço na Amazônia quanto custou para transportar uma tonelada de soja a um porto. O transporte é provavelmente 40 por cento do custo de crescimento de soja na Amazônia e os custos são diretamente ligados ás rodovias e à distância dos portos. Nós temos modelos similares que estimam os custos para a madeira e para o gado. A próxima coisa é se o solo é aproveitável. Nós temos modelos previos — publicados no caso da soja, no processo de ser publicado para madeira e gado — que mostra quão bem um tipo de soja pode suportar aquele tipo de produção. Essa é uma grande questão particular para a soja. Outra coisa que olhamos é o clima e a duração da estação da seca. No caso da madeira olhamos a capacidade de processar a madeira. Então esses são modelos de informações bem complexos que construimos nos ultimos anos mas apenas frutificou em Bali. Até onde sei, ninguém já desenvolveu modelos computadorizados tão detalhados que permitem mapear baseados no solo, topograda, estradas, centros urbanos, areas desflorestadas, como o potencial de lucratividade varia através da paisagem.



Mongabay: Conforme melhoras são feitas na rodovia BR-163, as mudanças na lucratividade serão refletidas no mapa?



Nepstad: Sim. Digamos que você tenha 100 hectares de floresta e você está pensando em convertê-los para a soja. Realmente o preço dessa terra deveria refletir seu potencial para gerar lucros no futuro, ou seu valor líquido atual. Estimamos que o valor liquido atual para cada porção da floresta resumindo o lucro futuro da atividade dessa terra e fabricas com o tempo de pavimentação de rodovia. A lucratividade dessa porção da floresta sobre no futuro conforme a BR-163 é terminada e a cada ano então o lucro permanece mais alto. Então essa é uma plataforma realmente interessante para fazer simulações políticas relevantes sobre a atividade economica futura. Você pode simular o impacto quando você pavimenta estradas, o preço do carbono necessário para manter a floresta intacta, o custo de areas protegidas em termos de criação de escassez de terras deisponiveis para conversão de florestas. O modelo pode dar conta de todos esses fatores ao mesmo tempo.



Mongabay: Os políticos e empresários terão acesso a esses modelos?



Nepstad: O modelo é tão bom quanto as informações disponíveis, mas ele pode ser aplicado a um fazendeiro particular, perguntando a ele seus números. Quanto custa para você levar um carregamento de vacas para o abatedouro mais próximo? Qual é o preço dos sais minerais — sais minerais são principal custo de fazer negócios com um fazendeiro? Então pode fazer o modelo dessa fazenda.



Realmente a meta desse estudo como liberamos em Bali é mostrar que nós podemos calcular essas coisas. Com esses cálculos, podemos estimar o custo total de REDD levando o desflorestamento a zero na escala, na Amazônia. O próximo passo é trabalhar junto com os governantes em um processo interativo onde eles sugerem algumas ideias que nós integramos ao modelo. Nós aplicamos o modelo e então sentamos com os políticos, fazendeiros de gado e soja assim temos todos envolvidos nesse processo de planejar o futuro da Amazônia com um cenário de zero de desflorestamento. O modelo é uma ferramenta para nos permitir ter um tipo de bola de cristal para enxergar as implicações de ter diferentes aproximações do REDD.



O custo líquido de oportunidade de proteção da floresta na Amazônia Brasileira. Calculados como valor liquido atual maximo
de produção de soja ou gado menos NPV de madeira. O valor foi entao dividido pelos estoques de carbono da floresta. O vermelho representa alto custo de oportunidade para atividades de uso da terra.

Você pode ver isso quando você olha no mapa [publicado em “Os custos e Benefícios da Redução e Emissão de Carbono do Desflorestamento e Degradação da Floresta na Amazônia brasileira,” um relato liberado em Bali]. A Bacia do Xingu no sudeste é vermelha brilhante, refletindo um custo de oportunidade de REDD de cerca de $100 por toneladas de carbono porque aquela região é lisa como uma panqueca, tem boas rodovias ao redor, e é bem perto das facilidades de processamento, fazendo a oportuna para o cultivo da soja. A maioria desse vermelho está dentro da reserva indígena do Xingu. Em outras palavras, aqueles índios poderiam realmente serem vistos como guardiões da floresta por mantê-la lá contra os interesses economicos. O estado deveria cuidar das reservas, mas na verdade os índios fazem um trabalho perfeito naquela região. Esse é um exemplo clássico das atividades economicas do Brasil naquela terra. Ela dever ser compensada. Os índios que moram no parque naciona do Xingu precisam ser recompensados. É aí que o REDD entra.



Se você olhar na figura na página 22 do relatório, ela mostra o custo mínimo para compensar os índios e outros povos da floresta — a Floresta Publicat Stewardship do Fundo de Povos da Floresta. Este é basicamente o dobro do rendimento familair e torna viável viver na floresta.



Exemplo de custos estimados do Fundo Publico da Floresta Stewardship (Povos da Floresta), o Fundo Privado da Floresta Stewardship, e o Fundo Governamental durante o período de trinta anso usando as premissas adiante no relatório da Amazônia.



O programa proposto REDD teria impactos diretos nos sustento de 200,000 familias rurais de baixa renda, incluindo todas os indigenas e familias tradicionais da Amazônia Brasileira. Essas familias dobrariam suas rendas conforme elas mudam de atividades economicas florestais. Eles tambem receberiam $700 por familia por ano em adicional educacional saude e apoio técnico.

Nós também estimamos os custos de oportunidade que irão direto para as mãos de latifundiários bem como o que o governo precisa para aumentar sua capacidade de monitorar e reforçar as terras públicas. Você pode ver a parte dos impostos desse fundo uma vez que você dá 10 anos para povos florestais. Isso afasta os protestantes em frente do Bando Mundial em Bali. Uma resposta à isso é olhar para os grupos indígenas na Amazônia. Eles querem muito o REDD. Eles querem sentar a mesa e negociar o REDD para se assegurar de que recursos florestais nao serão cortados deles.



O relatório é designado a quantificar o que custaria para compensar claramente esses interessados que tem uma reivindicação justa pela compensação em mover o desflorestamento rumo a escala zero.



Mongabay: Mais cedo você mencionou o relatório da adequação da colheita liberada pelo Instituto de Pesquisas Woods Hole em Bali. Algo que você gostaria de destacar?



Nepstad: Se pensarmos em palmeiras de óleo, cana de açucar, e soja como as principais fontes de biocombustiveis daqui em diante , aonde iremos parar? O que fizemos foi mapear solos apropriados para cada uma daquelas três colheitas pelo mundo inteiro e olhamos para as florestas que abrigam esses solos e quanto de carbono elas contém. Em resumo, o que encontramos é que cerca de cinco países contém 70 por cento de florestas tropicais de carbono. Mais importante, 40 por cento da floresta de carbono estao em solos apropriados para extração de biocombustiveis — a maioria na Amazônia Brasileira. As descobertas reforçam a ideia de que o Brasil é realmente o país líder na extração de biocombustível e expansão de grãos nos trópicos. O potencial para os biocombustiveis se tornarem o maior condutor do desflorestamento é bem grande.



Mongabay: O que você pensa sobre a decisão dos Estados Unidos de banir a importação de certos biocombustiveis produzidos em terras florestais nativas? Você concorda que isso parece estar criando um mercado em expansão para biocombustiveis eco-certificados?



Nepstad: Sim, definitivamente. É como a campanha da soja do Greenpeace em 2004 que enviou um grande sinal. Eu estarei em Buenos Aires na primeira semana de Fevereiro como parte do grupo de trabalho para o processo global de certificação da soja. Importadores de soja da Europa nos contaram em nosso último encontro. E ainda há muita resistência dos produtores à ideia de dizer: “Nós não cortaremos florestas nativas para cultivar soja”. Com o óleo de palma, esse conceito já está sendo aceito. Sob a certificação do oléo de palma você nao pode te árvores nativas cortadas para cultivar após Novembro de 2005 e ser certificado. Então essa sera uma grande questao e tomara que a China esteja fora em alguns anos e terá que se mudar para essas fontes certificadas.



Mongabay: Em Bali você também colocou algumas projeções extremas para a Amazonia in 2030. Você poderia explicar melhor?



Nepstad: Existem todos esses modelos (chamado de modelo Hadley) indicando o fim do século quando haverá uma grande perda florestal na Amazonia. Mas antes que o aquecimento global atinja a floresta haverá todos os tipos de danos causados pelas secas que já estamos vendo bem como o desflorestamento, extração de madeira, e incêndios que são partes do regime. Para fatorar esses efeitos, tomamos nosso modelo de desflorestamento, nosso modelo de extração de madeira, e o que sabemos sobre os efeitos da seca na mortalidade das árvores, e projetamos para o ano de 2030 usanso os padrões de clima atuais — os ultimos 10 anos repetidos no futuro. Encontramos que pelo ano de 2030, 55 por cento da floresta estará ou desmatada ou danificada — eu acho que 31 por cento desmatada e 24 por cendo danificada tantos pela seca como pela extração de madeira, com uma grande porção de floresta queimada. Isso produz uma grande quantidade de emissões. Estamos vendo 16-25 bilhoes de toneladas de carbono indo para a atmosfera em um curto espaço de tmepo — os próximos 22 anos. O mais assustador é que algumas dessa suposições são bem conservadoras.



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