Notícias ambientais

Ameaças sutis poderiam arruinar a floresta Amazônica

Ameaças sutis poderiam arruinar a floresta Amazônica

Ameaças sutis poderiam arruinar a floresta Amazônica
Uma entrevista com o cientista amazônico Dr. Carlos Peres

Rhett A. Butler, mongabay.com

18/2/2008








A destruição da Amazônia normalmente chama imagens de vastas
extensões de árvores da floresta cortadas e queimadas, fazendas
de gado e plantaçãoes enormes de soja, mas algumas das maiores ameaças
para a floresta Amazônica são pouco perceptíveis de cima.
Extração seletiva de madeiras – o que abre o dossel florestal e
permite que os ventos e o sol sequem a serapilheira no chão da floresta
– e fogos superficiais de seis polegadas de altura estão transformando
partes da Amazônia em uma isca para fogo, colocando a maior floresta tropical
do mundo cada vez mais à risco de graves incêndios florestais. Ao
mesmo tempo, a caça incentivada pelo mercado está empobrecendo em
algumas áreas os dispersores de sementes e os predadores, tornando mais
difícil a recuperação das florestas. Alterações
climáticas – e suas previsões de impactos na bacia amazônica
– aparece mais forte no horizonte.

Dr. Carlos Peres na floresta acompanhando o rio Roosevelt naAmazônia
Brasileira

Poucas pessoas compreendem estas ameaças melhor do que o Dr. Carlos
Peres, da Universidade de East Anglia, um brasileiro, que cresceu numa cidade
na amazônia com a floresta como fundo de quintal. Através de parcerias
com varias universidades, Peres tem trabalhado exaustivamente na Amazônia
em assuntos que vão desde incêndios de superfície até
ecologia de fauna e desenvolvimento sustentável. Ele foi homenageado
pela revista Time como um "Lider Ambientalista para o Novo Milénio"
(2000), publicou mais de 150 artigos, e recentemente co-editou um livro decisivo
sobre desmatamento tropical (Ameaças Emergentes para Florestas Tropicais).



Em uma entrevista com mongabay.com em Novembro 2007, Peres se aprofundou em
perguntas sobre o seu trabalho, a sua perspectiva para a floresta amazônica,
e os desafios enfrentados pelos esforços de conservação
da floresta.

ENTREVISTA COM O DR. CARLOS PERES

Mongabay: Em que a sua pesquisa está se concentrando?









Ameaças Emergentes à Florestas Tropicais
(Editora
da Universidade de Chicago, 2006)


Peres: Ao longo dos últimos 25 anos, eu curtí uma variedade
de temas de ecologia e conservação em mais de 80 locais de florestas
neotropicais, mas o principal foco unificador é de entender os efeitos
de mudanças de uso da terra, de perturbação do hábitat
e caça em larga escala na biodiversidade da floresta tropical. Por exemplo,
eu fiz um trabalho sobre os efeitos da fragmentação florestal,
da exploração madeireira seletiva, incêndios de superfície,
agricultura corte-e-queima, a sucessão secundária, conversão
da floresta para monoculturas de árvores de crescimento rápido,
e da caça de subsistência na floresta selvagem.

Estou também interessado em questões mais fundamentais com relação
às padrões de espaço de grande escala de abundância
de população e diversidade de espécies das florestas tropicais,
e como esses são regidas por gradientes ambientais de base como a sazonalidade
da chuva, geoquímica, a fertilidade do solo e a composição
florística.

Mongabay: Como você começou interessar-se nesta área?
Qual é sua preparação?



Peres: Por sorte nascí e fui educado numa grande cidade amazônica
na década de 1960, com a maior floresta tropical do mundo no meu quintal,
quando menos de 1% da Amazônia brasileira estava desmatada ainda. Estava
interessado em animais, pequenos e grandes, desde o tempo que me lembro. Minha
mãe se lembra que seguí trilhas de formigas carregadeiras por
muitas horas ao redor da nossa casa, antes que eu pudesse andar corretamente.
Esse interesse gradualmente transformou-se em vários hobbies naturalistas,
que floresceram na propriedade de 3.500 hectares (97% da qual era floresta primária)
ao longo do Rio Acará (90 km ao sul de Belém), que foi também
um retiro espiritual. Mais tarde, já com 16 anos, conseguí ser
pesquisador interno no Museu Emílio Goeldi, em Belém (o primeiro
instituto de pesquisa da história da Natureza da Amazônia ) e tive
a sorte de participar em muitas expedições de coleção
e trabalhar por quatro anos com os líderes zoologistas e botanistas na
Amazônia que trabalharam na profissão no início de dos anos
80. Nesta época então eu já estava ancioso para seguir
as possibilidades de uma carreira em ciência de ecologia e conservação
tropical. Portanto, o meu passado é muito eclético e tenho trabalhado
em: ecologia de população e comunidade de árvores da floresta
neo-tropical, mudas, artrópodes, peixes de água doce, répteis,
anfíbios, aves, mamíferos e em florestas perturbadas e originais.



Mongabay: Você tem algum conselho para os estudantes que desejam
se tornar cientistas de conservação?

Peres: Perseverança e persistência. No mundo de hoje
fortemente competitivo, não é exatamente simples conquistar uma
carreira na área de conservação tropical, mas as oportunidades
existem para os estudantes mais obstinados que estão dispostos a ir longe
para ganhar um lugar ao sol. Mas existem muitas formas como pode se tornar útil
em conservação, e isso inclui a política, advocacia e ação,
de modo que a ciência de conservação não é
tudo e o final para todos.

Mongabay: Qual é seu lugar favorito nos trópicos?

Peres: É realmente uma escolha dificil, mas tem que ser uma ampla
faixa da floresta Amazônica sazonalmente inundada (várzea ou igapó)
no seu ponto máximo de nível de água, quando você
pode fazer seu passeio de canoa silenciosamente através do mato médio
alto de manhã cedo, quase em nível de olho com a vida selvagem
abaixo do teto da floresta, cerca de 12 m acima dos lugares, onde você
conseguia caminhar à seis meses atrás.

Mongabay: Qual é a sua perspectiva para a Amazônia para
os próximos 20 anos? O que você vê como as maiores ameaças
para o ecossistema? Você vê as alterações climáticas
como uma ameaça significativa para o ecossistema da floresta tropical
da Amazônia ? Qual é o impacto dos incêndios – especialmente
fogos recorrentes – sobre as plantas e os animais selvagens nas florestas que
não enfrentam tipicamente incêndios?











Fogo de superficie queimando na Amazônia Brasileira. Foto
por Jos Barlow

Peres: Na atual taxa de desmatamento e degradação das
florestas pela exploração madeireira, incêndios e fragmentação
florestal, duas décadas é muito tempo para a Amazônia, de
forma que as projeções de futuro mais vigorosas sobre cobertura
e estado de degradação da floresta são cenários
que parecem bastante sombrios. O ritmo de programas de assentamentos agrícolas
patrocinados pelo governo, de construção de estradas e outra expansão
da infra-estruturas bem como contínua conversão da floresta, não
está exatamente desacelerando, e mesmo assim temos que ser ainda capazes
de mostrar que moradores da floresta integrados no mercado, sejam eles indígenas,
imigrantes do século XIX à XX, ou neocolonistas, que eles podem
ter um nível de vida decente, a longo prazo, co-existindo com uma cobertura
florestal razoavelmente intacta. Mas, a maior e mais importante ameaça
para a própria viabilidade de grandes extensões de ecossistemas
florestais de dossel fechado da Amazônia – é a extração
de madeira, porque ela muda o microclima da floresta principalmente pela abertura
do dossel e a secagem da parte de baixo, assim minando a imunidade natural da
floresta contra incêndios superfíciais recorrentes. Só que
isso nunca foi parte da história evolutiva das florestas tropicais, a
maior parte da biota amazônica é extremamente sensível a
incêndios mesmo de baixa intensidade, que podem acionar uma grande quantidade
de secagem atrasada de árvores e de lianas lenhosas, acrescentando, assim,
a quantidade de combustível e preparando o caminho para ainda mais graves
incêndios recorrentes. E ao abrigo das atuais cenários de alterações
climáticas, as secas sazonais fora do comum, que vimos na última
década, tornam-se ainda mais graves e mais freqüentes, exacerbando
a propagação de aparecimento de um regime de perturbação
dominado por incêndio- que, como temos demonstrado em nosso trabalho,
empobrecerá drasticamente a estrutura e composição de espécies
de florestas amazônicas, em muitos casos irreversivelmente. Como resultado
de incêndios recorrentes e mortalidade em massa de árvores antigas
de dossel, florestas primárias de alta biomassa de dossel fechado podem
gradualmente escorregar para um sistema dominado por árvores de biomassa
baixa e arbustos de histórias de vida curta que se assemelha mais a florestas
secundárias de arbustos, e isso tem enormes implicações
para a retenção da biodiversidade, para o ciclismo da água
e o armazenamento de carbono.

Mongabay: Qual é a importância da caça em florestas
tropicais, em termos de escala e impacto na biodiversidade?











Três pecari de lábios brancos entrar numa aldeia no
caminho para a panela. Fotografia cortesia do Dr. Peres.


Peres: A caça é sem dúvida a mais difundida forma
de perturbação da floresta tropical, e leva a profundas conseqüências
para a estrutura de grandes comunidades vertebrados. Esta é uma atividade
difusa e relativamente invisível que se realiza sob o dossel e é
virtualmente indetectável em escalas espaciais grandes por isso não
pode ser facilmente mapeada utilizando qualquer abordagem convencional de sensoriamento
remoto a partir do conforto de sua poltrona. Evidentemente, a caça afeta
apenas uma pequena proporção de todos as espécies vertebrados
numa floresta tropical, porque na maioria dos casos, tanto os caçadores
de subsistência e comerciais não podem se dar ao luxo de não
ser seletivos, e a maioria das espécies são pequenas de mais e
simplesmente não valem a pena de ser prosseguidos. Contudo, a fauna de
vertebrados de grande porte que freqüentemente é dizimada por causa
de caça exagerada tem uma grande contribuição para a estrutura
e o funcionamento desses ecossistemas em termos da sua elevada biomassa bruta,
o seu papel na cadeia de alimentação, como agentes de perturbação
física, e os seus diretos ou indiretos interações ecológicas
com outras espécies de plantas que frequentemente governam o bom estado
reprodutiva. O resultado é que um floresta tropical seja decidua ou sempre
verde sem os grandes mamíferos, aves grandes e grandes répteis
com os quais tenha evoluída nunca pode ser definida como ecossistema
intacto e saudável – completo, com todas as suas partes constituintes
– não importa quanto a estrutura física da floresta parece ser
intocada. E vendo a madeira de árvores numa floresta tropical significa
que você tem que considerar o conjunto completo de espécies em
florestas intactas, uma vez que eram sistemas originais, repletos com todas
as criaturas grandes e pequenas.

Mongabay: Qual é a melhor maneira de enfrentar caça?



Peres: Caça em si, não é uma coisa ruim. Caçadores
de subsistência de uma maneira ou de outra, podem ajudar a justificar
a manutenção do habitat de fauna selvagem da floresta em milhões
de hectares na forma de reservas de extração e indígenas,
assim como a caça recreativa pode ser um grande impulso à conservação
da fauna selvagem, em muitos países de clima temperado. O problema, é
que as populações locais de animais precisam ser gerenciadas com
cuidado, e em florestas tropicais no mundo inteiro, estamos ainda muito longe
de ser capazes de fazer isso – até porque ainda não temos a informação
básica, as ferramentas de implementação e o conhecimento
que está fundado em investigação ecológica aplicada.
Como conseqüência, muitas espécies para caça estão
sendo dizimadas ou levadas a extinção local. Para começar,
o caminho mais seguro, para proteger muitas espécies sensíveis
à caça, é de assegurar que populações suficientemente
grandes são eficientemente protegidas de qualquer tipo de caça
em diferentes categorias de reservas florestais. Mas é inevitavel que
essas reservas somente representam uma proporção relativamente
pequena da distribuição ecológica destas espécies,e
assim também temos que trabalhar com comunidades locais [tribais e não
tribais] que dependem de recursos da fauna selvagem, tanto dentro de áreas
legalmente ocupadas quanto fora de reservas formais.

Em alguns casos, esses recursos podem ser gerenciados por comunidades locais,
e há uma série de medidas que podem ajudar a espalhar a carga
de pressão de caça tanto espacialmente como por espécies
de caça de atração variada e resistência à
caça, e assim evita-se a caça exagerada de qualquer espécie
existente. O problema de substituição de pequenos e grandes rebanhos
domésticos permanece controverso, mas em alguns casos, isso também
pode ajudar a aliviar a pressão sobre as espécies que estão
mais suscetíveis a diminuição populacional onde caça
pode e deve ter ser feita. Porém, algumas espécies de baixa fecundidade
são simplesmente demasiadamente sensíveis até à
baixa intensidade de caça, e embora estas também poderiam teoricamente
ser gerenciadas, em prática é extremamente difícil de conseguir
caças verdadeiramente sustentáveis, por isso, em muitos casos,
essas populações estarão mais seguras, se não forem
caçadas em qualquer local, seja de forma temporária ou permanente.
Finalmente, em muitos países de florestas tropicais falta ainda a estrutura
básica institucional, mecanismos de extensão rural e um protocolo
de assessoramento técnico que possa assegurar a ligação
entre aquilo que já sabemos hoje sobre a gestão dos recursos naturais
e a implementação de políticas de gestão a escala
de nível local, regional ou nacional.

Mongabay: O que o senhor aprendeu do uso indígeno dos recursos
florestais na Amazônia?













Um jovem caçador Kaxinawa com um búgio e um capuchinho
branco. Fotografia cortesia do Dr. Peres

Peres: Os povos indígenas não são necessariamente
guardiões sábios da floresta e dos recursos florestais. Durante
séculos e milênios eles foram capazes de conviver harmoniosamente
com sistemas relativamente intactos, porque essas populações em
quase todos os casos foram assentados esparsamente, e tinha muitos mecanismos
em função de densidade populacional, tais como: doenças,
guerras, e mútua evitação; para controlar sua quantidade
e distribuição na paisagem. Ao contrário de muitas partes
do Velho Mundo, faltava para eles também a tecnologia para impor rapidamente
grandes mudanças na estrutura do ecossistema. Dito isto, sou um profundo
admirador da forma como vivem os índios e tenho trabalhado com três
grupos indígenas em diferentes pólos da Amazônia, que me
ensinaram muito sobre a floresta. Em muitos casos, gerações indígenas
tem experimentado com a flora por tentativa e erro e têm moldado um estoque
de conhecimentos etnobotânicos que é inigualável em qualquer
outro lugar. No entanto, lenta mas seguramente, essas populações
ainda perdem para conquistadores de fora, por isso temos que assegurar de garantir
os direitos territoriais indígenas, e mais importante temos que ser capazes
de trabalhar com eles, porque a exploração madeireira, a mineração
e as fronteiras agrícolas inevitavelmente estão apertando-os cada
vez mais..

Mongabay: O que para o senhor é a melhor forma de proteger os
ecossistemas tropicais e conservar a biodiversidade para as futuras gerações?












A floresta Amazônica em chamas. Fotografia cortesia do Dr.
Carlos Peres





Lote de cortee-queima após da queimada em Alta Floresta
na Amazônia brasileira. Photo by Alex Lees

Peres: A espinha dorsal de qualquer estratégia em escala nacional
para garantir a persistência de todas as espécies em qualquer biota
nativa para um futuro distante, tem que ser uma rede robusta e representativa
de áreas protegidas e suficientemente grandes, criados e implementados
pelo governo estadual ou federal. No caso das florestas tropicais, estas reservas
devem sempre garantir a cobertura florestal intacta em grande escala, mas até
um certo ponto eles poderiam variar, na maneira do seu uso, da forma de proteção
total excluindo qualquer utilização para consumo, até aquelas
formas onde as áreas estão ocupados por números razoaveis
de residentes legais colhendo quotas sustentáveis de produtos florestais
excluindo madeira. Esta estratégia básica deve ser complementada
também por outras medidas, como reservas florestais dentro de propriedades
privadas, atividades benignas, extractivas e florestais, na matriz mais ampla
de florestas desprotegidas, e paisagens de qualidades adequadas dominadas por
atividades agro-florestais ou agricultura convencional. Mas vendo as realidades
socioeconômicas dos diferentes países, as oportunidades e a viabilidade
financeira de criação de grandes áreas protegidas de mata
virgem estão diminuindo rapidamente, por isso é crucial que nós
agirmos mais cedo possivel. Tem também a questão de permanência
nessas áreas de proteção máxima, ou da legislação
que garante sua continuidade de status, que receberá pressão cada
vez maior, porque as últimas regiões de florestas tropicais estão
sendo desenvolvidos e as populações rurais estão crescendo.
Por isso é crucial que as áreas protegidas estão concebidas
e criadas para resistir ao teste de tempo. Isto pode necessitar contínua
vigilância por parte das organizações nacionais e internacionais
de conservação, e programas baseados em controle de campo e/ou
em sensoriamento remoto, de modo que podermos ter a certeza de que estas unidades
prcservadas estão de bom desempenho e cumprindo seus objetivos originais
de conservação da biodiversidade.

Mongabay: O que o público geral pode fazer em casa para ajudar?













Dr. Peres’s área de estudo para formatura emUrucu (700 km
sudoeste de Manaus) mostrando uma vasta paisagem de floresta completamente
intocada . Fotografia cortesia do Dr. Peres

Peres: Pessoas normais bem intencionadas podem apoiar organizações
de conservação lutando para minimizar a ineficiência administrativa
de cima para baixo e possibilitando assim a aplicação da maioria,
se não de todos, seus dólares ou euros de conservação
diretamente nos projetos de conservação da biodiversidade na terra.
Mas, tem também uma arena política que qualquer pessoa pode influenciar
através de apoio à políticos e pessoas de decisão
e de envolvimento nos debates principais de conservação atuais.
Mas, para isso, os cidadãos interessados terão que pensar globalmente
e além de eleitorado local, pois os problemas mais decisivos de conservação
dos nossos tempos podem acontecer em locais longínquos que nunca podemos
ter a chance de ver.



Sobre Dr. Carlos A. Peres



Carlos Peres, nasceu em Belém, Brasil (1963); ecologista de floresta
tropical e biólogo de conservação; originalmente treinado
biólogo tropical de campo e agrônomo tropical. Educação:
Universidade do Pará (Brasil), University of Florida (E.U.A.), Universidade
de Cambridge (Reino Unido), e Duke University (E.U.A.); mais tarde professor
de ecologia na Universidade de São Paulo (Brasil), e atualmente palestrante
de Biologia de Conservação na Universidade de East Anglia (UK).

  • Dr. Carlos A Peres
  • Bay Biodiversity Awards — Carlos Peres



    Carlos é membro da Associação de Biologia Tropical e Conservação
    (ATBC), a maior associação de cientistas tropicais do mundo. A
    conferência de 2008 será realizada no Suriname:














  • Exit mobile version