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Agência de reforma agrária sanciona extração de madeira em parque na floresta amazônica

Agência de reforma agrária sanciona extração de madeira em parque na floresta amazônica

Agência de reforma agrária sanciona extração de
madeira em parque na floresta amazônica
mongabay.com
29/1/2008

Sob o pretexto de um programa de desenvolvimento sustentável, uma entidade
brasileira distribuição de terra concedeu grandes extensões
da floresta amazônica à colonos, que rapidamente revenderam a floresta
à madeireiros, afirma um novo relatório do Greenpeace. Algumas das
concessões estavam no Parque Nacional da Amazônia.


Desigualdade na distribuição da terra é um problema no Brasil,
com um pequeno número de proprietários ricos controlando uma grande
parte das terras mais produtivas do país. O Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (INCRA) é o órgão encarregado em
ajudar comunidades pobres à encontrar terras para assentamento e desenvolvimento.

Uma investigação de oito meses pelo Greenpeace constatou que
o INCRA possivelmente coopera com as empresas madeireiras para tirar vantagem
das iniciativas de reforma agrária.


A entidade de reforma agrária supostamente colaborou com as empresas
madeireiras para identificar as áreas de interesse para a extração
madeireira, e em seguida, criar grandes assentamentos nestas áreas de
florestas tropicais, em vez de colocá-los em áreas já desmatadas.
Em seguida empresas compraram, por preço muito baixo, os terrenos para
extração madeireira. Greenpeace diz que o esquema deu aos madeireiros
acesso à madeira de preço atrativo, ao mesmo tempo ajudando o
INCRA à cumprir as metas da reforma agrária do Presidente Luiz
Ignácio Lula da Silva pouco antes de sua campanha de reeleição.
Os assentados ganharam terrenos e pagamentos para vender propriedades para madeireiros.

A Amazônia está cada vez mais fragmentada em áreas colonizadas.
Imagem cortesia de Google Earth

Em 2006 o INCRA criou 97 "assentamentos de desenvolvimento sustentável"
(PDS), abrangendo 2,2 milhões de hectares perto de Santarém no Pará,
o Estado da Amazônia onde a freira americana Dorothy Stang foi assassinada
em 2005.


“Todos esses assentamentos foram criados nos últimos três meses do
ano passado", disse um empregado do INCRA ao The
Independent
. "Foi no final do primeiro mandato de Lula, portanto,
ele tinha de cumprir as metas. “São os políticos que se beneficiam
do sistema PDS.”


The Independent relatou preocupação de que o sistema será
utilizado para expandir as atividades madeireiras em outras partes da Amazônia.

"Nós acreditamos que o que esteja acontecendo aqui é um teste
de laboratório, e o modelo será aplicado mais tarde em toda a Amazônia,"
um informador do INCRA disse ao jornal britânico, que continua mencionando
que, devido ao assassinato de Stang "o regime PDS tornou-se erroneamente
sinônimo de boas práticas ambientais".

Stang morreu defendendo dois assentamentos PDS.




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